Em entrevista à Vogue, Raffaele Petruzzelli conta sobre trajetória grifada e acessórios experimentais criados para atrair público jovem e fresh para marca de joias A afetividade que uma joia pode trazer é, por vezes, incomparável. Seja por suas lembranças, que remetem uma relação preciosa, um acessório que virou herança, ou até o simples ato de se presentear, os acessórios trazem o brilho necessário para qualquer visual, além de um aspecto sentimental. É por isso que a Animale ORO, marca da Animale focada em joias, foi criada oficialmente por Claudia Jatahy em 2019 — que conta com duas lojas próprias, e 53 locais com a venda dos acessórios — embarca em um novo momento, priorizando essa relação com um novo público baseada na delicadeza, e nas tendências que unem as memórias e os momentos vividos por suas clientes.
Essa nova fase é liderada por Raffaele Petruzzelli, italiano que agora ocupa o cargo de head criativo da Animale ORO. Um apaixonado por joias desde a infância, com influência de seus pais, o criativo tem uma trajetória grifada e marcada pela busca constante por novidades. “Deveria ter feito moda, mas queria fazer arquitetura. Depois, mudei de faculdade, e fui estudar joias no IED, Istituto Europeo di Design. Aos 24 anos, passei a lecionar na instituição, onde fiquei por quinze anos”, conta à Vogue.
Após sua experiência acadêmica, trabalho por três anos na Fendi, ao lado de ninguém menos que Karl Lagerfeld, diretor criativo da grife naquela época. Juntos, eles criavam joias para desfiles e para as lojas da casa. “Era muito bom trabalhar com ele. Karl era um gênio, eu aprendi muito”, relembra.
Raffaele, então, veio morar no Brasil. Depois de alguns meses, conheceu Claudia Jatahy, sócia fundadora da Animale e, em 2011, passou a trabalhar na marca ao seu lado, no segmento de joias. “Até então, as joias da marca não tinham muita identidade. A Claudia me escolheu para que eu fizesse isso com ela”, lembra da primeira fase dentro da marca brasileira, que durou cinco anos, até 2017. Após esse período, o designer retornou para Itália, onde trabalhou na Alexander McQueen e na Chloé.
Raffaele Petruzzelli
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No entanto, sua distância da marca brasileira não durou muito. Foi quando os diretores da marca convidaram Raffaele de volta para Animale, dessa vez, como head criativo do segmento de joias da grife, que aceitou a missão. Sua primeira empreitada no novo momento da marca foi propor uma joia que já virou tendência na Europa: a pulseira soldada. “Aqui na Itália, já fazem três, quatro anos, que esse conceito de joias está em alta”, diz. “Decidi apostar em algo que já era tendência aqui na Europa. O cenário das joias no mundo está muito delicado, com o aumento do preço do ouro”, analisa.
Pulseira Infinita, da Animale Oro
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Os acessórios experimentais, segundo ele, também já se expandem em outras partes do corpo, como em anéis, e até tornozeleiras. Os acessórios são soldados através de uma máquina trazida diretamente da Itália para o lançamento, que acontece nos dias 15, 16 e 17 de agosto. Em São Paulo, o evento deverá ocorrer em setembro. As joias são requisitadas como presentes preciosos, celebrando vínculos em relacionamentos amorosos, amizades, e laços de família. O acessório também pode ser personalizado com 11 pingentes exclusivos, em formatos de coração, Lua, Cristo Redentor, cruz, diamante, estrela, entre outros.
Além da pulseira, Raffaele revela que sua primeira coleção para a Animale chega em janeiro. Para o próximo ano, o designer deve buscar coleções de impacto, mas segue apostando nas joias minimalistas, em especial as microjoias. “O maior desafio das marcas é a entrada de novas clientes, e você só consegue isso dando entrada a novidades e dando personalidade a suas visões. Em especial, para o público jovem, que é o nosso foco”, afirma. Para o futuro, o diretor criativo não poupa sonhos, esses que refletem a paixão pelo seu ofício, e o país que o acolheu. “Quero triplicar as vendas da Animale. E também conhecer a Gisele Bündchen, quem sabe? (risos)”.