Primeira mulher trans eleita para um assento Congresso dos EUA, a democrata Sarah McBride é o alvo de discriminação da bancada republicana antes mesmo de tomar posse, dentro de dois meses. No dia destinado a homenagear pessoas trans vítimas da intolerância, o presidente da Câmara, Mike Johnson, ditou uma nova regra no Capitólio, proibindo a congressista eleita por Delaware e funcionários transgêneros de usarem os banheiros femininos do local.
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Sob pressão da deputada republicana Nancy Mace, que apresentou uma resolução para banir mulheres trans de frequentar banheiros e vestiários do Capitólio, Johnson se adiantou e anunciou sua decisão, numa tentativa de encerrar a polêmica.
“As mulheres merecem espaços só para mulheres. E não somos ‘antininguém’, somos pró-mulheres.” Em outras palavras, quando tomar posse, em janeiro, a congressista McBride terá que usar o banheiro destinado aos homens.
Eleita pela Carolina do Sul, Mace foi mais enfática na campanha transfóbica, acirrando a guerra cultural dentro do Congresso. Uma de suas colegas mais extremistas da bancada republicana, a deputada Marjorie Taylor Greene ameaçou partir para a violência física caso flagrasse uma mulher trans no banheiro feminino.
“Ele é um homem. Ele é um macho biológico, então não tem permissão para usar nossos banheiros femininos, nossa academia feminina, nossos vestiários e nossos espaços que são especificados para mulheres”, argumentou Nancy Mace, referindo-se a Sarah McBride.
Encorajada pela vitória de Donald Trump, a congressista republicana anunciou ainda planos de apresentar um projeto de lei mais amplo, estendendo a proibição do uso de banheiros e vestiários femininos por pessoas trans a todas as repartições federais.
Durante a campanha, o presidente eleito prometeu limitar o acesso a cuidados de saúde para transgêneros, impedir o seu ingresso nas forças armadas e banir atletas trans de esportes femininos.
“No dia 1, assinarei uma ordem executiva instruindo todas as agências federais a interromper a promoção da transição de gênero em qualquer idade. Eles não farão mais isso”, assegurou num comício em agosto.
No centro da polêmica, a deputada McBride se mostrou conformada a ter de frequentar o banheiro masculino, alegando que foi eleita para resolver temas mais importantes.
“Não estou aqui para brigar por banheiros. Estou aqui para lutar pelos moradores de Delaware e para reduzir os custos enfrentados pelas famílias”, postou McBride no X.
Mas o líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, acusou a bancada adversária de bullying contra um novo membro do Congresso. “É isso que estamos fazendo? Essa é a lição que vocês tiraram da eleição em novembro?”
Por enquanto, a limitação se resume às instalações da Câmara dos Representantes, pois o Senado ainda é controlado, até janeiro, pelos democratas. Depois de 20 janeiro, nada é garantido.
Sarah McBride, primeira candidata trans eleita para o Congresso dos EUA — Foto: Divulgação
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Primeira mulher trans eleita para um assento Congresso dos EUA, a democrata Sarah McBride é o alvo de discriminação da bancada republicana antes mesmo de tomar posse, dentro de dois meses. No dia destinado a homenagear pessoas trans vítimas da intolerância, o presidente da Câmara, Mike Johnson, ditou uma nova regra no Capitólio, proibindo a congressista eleita por Delaware e funcionários transgêneros de usarem os banheiros femininos do local.
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Sob pressão da deputada republicana Nancy Mace, que apresentou uma resolução para banir mulheres trans de frequentar banheiros e vestiários do Capitólio, Johnson se adiantou e anunciou sua decisão, numa tentativa de encerrar a polêmica.
“As mulheres merecem espaços só para mulheres. E não somos ‘antininguém’, somos pró-mulheres.” Em outras palavras, quando tomar posse, em janeiro, a congressista McBride terá que usar o banheiro destinado aos homens.
Eleita pela Carolina do Sul, Mace foi mais enfática na campanha transfóbica, acirrando a guerra cultural dentro do Congresso. Uma de suas colegas mais extremistas da bancada republicana, a deputada Marjorie Taylor Greene ameaçou partir para a violência física caso flagrasse uma mulher trans no banheiro feminino.
“Ele é um homem. Ele é um macho biológico, então não tem permissão para usar nossos banheiros femininos, nossa academia feminina, nossos vestiários e nossos espaços que são especificados para mulheres”, argumentou Nancy Mace, referindo-se a Sarah McBride.
Encorajada pela vitória de Donald Trump, a congressista republicana anunciou ainda planos de apresentar um projeto de lei mais amplo, estendendo a proibição do uso de banheiros e vestiários femininos por pessoas trans a todas as repartições federais.
Durante a campanha, o presidente eleito prometeu limitar o acesso a cuidados de saúde para transgêneros, impedir o seu ingresso nas forças armadas e banir atletas trans de esportes femininos.
“No dia 1, assinarei uma ordem executiva instruindo todas as agências federais a interromper a promoção da transição de gênero em qualquer idade. Eles não farão mais isso”, assegurou num comício em agosto.
No centro da polêmica, a deputada McBride se mostrou conformada a ter de frequentar o banheiro masculino, alegando que foi eleita para resolver temas mais importantes.
“Não estou aqui para brigar por banheiros. Estou aqui para lutar pelos moradores de Delaware e para reduzir os custos enfrentados pelas famílias”, postou McBride no X.
Mas o líder da minoria democrata na Câmara, Hakeem Jeffries, acusou a bancada adversária de bullying contra um novo membro do Congresso. “É isso que estamos fazendo? Essa é a lição que vocês tiraram da eleição em novembro?”
Por enquanto, a limitação se resume às instalações da Câmara dos Representantes, pois o Senado ainda é controlado, até janeiro, pelos democratas. Depois de 20 janeiro, nada é garantido.
Sarah McBride, primeira candidata trans eleita para o Congresso dos EUA — Foto: Divulgação