O Brasil caiu 27 posições nos últimos dez anos no Índice Global da Paz, calculado pelo Institute for Economics & Peace (IEP). Na edição mais recente do estudo, publicada nesta semana, o Brasil ocupa a 130ª posição dentre 163 países — em 2015, na primeira edição do estudo com a metodologia atual, estava na 103ª posição.
O indicador mede as condições da chamada “paz global”, abrangendo 163 países, com territórios que, segundo o instituto, somam 99,7% da população mundial. São avaliados 23 indicadores qualitativos e quantitativos que mede: o nível de segurança social, a extensão dos conflitos domésticos e internacionais em curso e o grau de militarização.
A avaliação é feita com base em uma pontuação decrescente: quanto maior o resultado, menos pacífico é o país.
Em 2025, o Brasil somou 2.472 pontos — mais que o dobro da pontuação do país mais pacífico do mundo, a Islândia, que obteve 1.095 pontos. Na outra ponta, o país menos pacífico do mundo é a Rússia, com 3.441 pontos, que desde fevereiro de 2022 está em guerra com a Ucrânia.
Na América do Sul, o Brasil só é mais pacífico que Venezuela (139ª) e Colômbia (140ª), segundo o relatório.
A melhor classificação do Brasil na última década foi registrada em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando o país ocupou a 103ª posição. Desde então, a colocação tem caído gradualmente a cada edição.
Veja abaixo o desempenho do Brasil nos últimos anos:
Classificação do Brasil no Índice Global da Paz na última década
Ano | Posição | Pontuação |
2015 | 103 | 2.122 |
2016 | 105 | 2.176 |
2017 | 108 | 2.199 |
2018 | 106 | 2.160 |
2019 | 116 | 2.271 |
2020 | 126 | 2.413 |
2021 | 128 | 2.430 |
2022 | 130 | 2.465 |
2023 | 132 | 2.462 |
2024 | 131 | 2.589 |
2025 | 130 | 2.472 |
O ranking também avalia três critérios específicos dos países, classificados em: domínio de conflito doméstico e internacional em curso, domínio de militarização e domínio de segurança e proteção social.
No quesito controle sobre conflitos domésticos e internacionais em andamento, o Brasil ocupa a 126ª posição, ficando à frente de países como México, Colômbia e Venezuela.
Já na gestão da segurança e dos programas de proteção social, o Brasil tem pior desempenho, na 149ª posição. Fica atrás de países como Coreia do Norte, Paquistão, Cuba e Palestina, que, apesar de estarem em posições inferiores no ranking geral, apresentam desempenho superior neste quesito específico.
No domínio militar, o Brasil tem um resultado muito mais positivo, na 57ª posição, à frente de países como Japão, Dinamarca e Alemanha.
América do Sul mais pacífica
A América do Sul foi o único continente onde a paz melhorou, com sete dos 11 países da região com melhoras nos índices. De acordo com o ranking, a América do Sul é o 4º continente mais pacífico do mundo, ficando à frente da Europa Oriental, África Subsaariana e Sul da Ásia
América do Sul teve a maior melhora no índice da paz, diz instituto
País | Colocação em 2024 | Colocação em 2025 |
Argentina | 47º | 46º |
Uruguai | 52º | 48º |
Chile | 64º | 62º |
Bolívia | 68º | 83º |
Paraguai | 73º | 75º |
Peru | 99º | 96º |
Guiana | 111º | 106º |
Equador | 130º | 129º |
Brasil | 131º | 130º |
Venezuela | 142º | 139º |
Colômbia | 146º | 140º |
A região teve avanço um avanço de 0,59 p.p. nos níveis de paz, resultado da diminuição de conflitos internos, maior estabilidade política e queda nas manifestações violentas — especialmente em países como Peru, Argentina e Colômbia, segundo o relatório.
O Peru liderou esse movimento, registrando o maior salto em paz na região, com um crescimento 4,4% na pontuação, o que lhe fez subir 3 posições entre as duas últimas edições do levantamento. Logo atrás, a Argentina apresentou um aumento de 3,8% nos índices de paz, beneficiada pela desaceleração da inflação e por um ambiente político mais estável — fatores que aliviaram tensões sociais e fortaleceram a confiança interna.
Ainda de acordo com o instituto, o Brasil piorou no critério de conflitos domésticos e internacionais em andamento em comparação ao ano de 2024, porém, demonstrou sinais positivos neste ano, com uma melhora na gestão da segurança e dos programas de proteção social e de domínio militar.
Quais são os critérios usados no cálculo do índice da paz
A metodologia do GPI (Global Peace Index) utiliza 23 indicadores qualitativos e quantitativos para medir o estado da paz em três domínios principais:
1. Nível de Segurança e Proteção Social:
Inclui fatores como nível de criminalidade percebida na sociedade, número de refugiados e pessoas deslocadas internamente como percentual da população, instabilidade política, escala de terror político, impacto do terrorismo, taxa de homicídios por 100 mil habitantes, nível de crimes violentos, manifestações violentas, população carcerária por 100 mil pessoas, número de oficiais de segurança interna e policiais por 100 mil habitantes, além da facilidade de acesso a armas pequenas e leves.
2. Extensão dos Conflitos Domésticos e Internacionais em Curso:
Abrange o número e a duração de conflitos internos, número de mortes por conflitos organizados (internos e externos), envolvimento em conflitos externos, intensidade dos conflitos internos organizados e as relações com países vizinhos.
3. Grau de Militarização:
Considera a despesa militar como percentual do PIB, número de militares por 100 mil habitantes, volume de importações e exportações de armas convencionais, contribuição financeira para missões de paz da ONU e a presença de capacidades nucleares ou de armamentos pesados.
*Estagiário sob supervisão de Diogo Max
O Brasil caiu 27 posições nos últimos dez anos no Índice Global da Paz, calculado pelo Institute for Economics & Peace (IEP). Na edição mais recente do estudo, publicada nesta semana, o Brasil ocupa a 130ª posição dentre 163 países — em 2015, na primeira edição do estudo com a metodologia atual, estava na 103ª posição.
O indicador mede as condições da chamada “paz global”, abrangendo 163 países, com territórios que, segundo o instituto, somam 99,7% da população mundial. São avaliados 23 indicadores qualitativos e quantitativos que mede: o nível de segurança social, a extensão dos conflitos domésticos e internacionais em curso e o grau de militarização.
A avaliação é feita com base em uma pontuação decrescente: quanto maior o resultado, menos pacífico é o país.
Em 2025, o Brasil somou 2.472 pontos — mais que o dobro da pontuação do país mais pacífico do mundo, a Islândia, que obteve 1.095 pontos. Na outra ponta, o país menos pacífico do mundo é a Rússia, com 3.441 pontos, que desde fevereiro de 2022 está em guerra com a Ucrânia.
Na América do Sul, o Brasil só é mais pacífico que Venezuela (139ª) e Colômbia (140ª), segundo o relatório.
A melhor classificação do Brasil na última década foi registrada em 2015, durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), quando o país ocupou a 103ª posição. Desde então, a colocação tem caído gradualmente a cada edição.
Veja abaixo o desempenho do Brasil nos últimos anos:
Classificação do Brasil no Índice Global da Paz na última década
Ano | Posição | Pontuação |
2015 | 103 | 2.122 |
2016 | 105 | 2.176 |
2017 | 108 | 2.199 |
2018 | 106 | 2.160 |
2019 | 116 | 2.271 |
2020 | 126 | 2.413 |
2021 | 128 | 2.430 |
2022 | 130 | 2.465 |
2023 | 132 | 2.462 |
2024 | 131 | 2.589 |
2025 | 130 | 2.472 |
O ranking também avalia três critérios específicos dos países, classificados em: domínio de conflito doméstico e internacional em curso, domínio de militarização e domínio de segurança e proteção social.
No quesito controle sobre conflitos domésticos e internacionais em andamento, o Brasil ocupa a 126ª posição, ficando à frente de países como México, Colômbia e Venezuela.
Já na gestão da segurança e dos programas de proteção social, o Brasil tem pior desempenho, na 149ª posição. Fica atrás de países como Coreia do Norte, Paquistão, Cuba e Palestina, que, apesar de estarem em posições inferiores no ranking geral, apresentam desempenho superior neste quesito específico.
No domínio militar, o Brasil tem um resultado muito mais positivo, na 57ª posição, à frente de países como Japão, Dinamarca e Alemanha.
América do Sul mais pacífica
A América do Sul foi o único continente onde a paz melhorou, com sete dos 11 países da região com melhoras nos índices. De acordo com o ranking, a América do Sul é o 4º continente mais pacífico do mundo, ficando à frente da Europa Oriental, África Subsaariana e Sul da Ásia
América do Sul teve a maior melhora no índice da paz, diz instituto
País | Colocação em 2024 | Colocação em 2025 |
Argentina | 47º | 46º |
Uruguai | 52º | 48º |
Chile | 64º | 62º |
Bolívia | 68º | 83º |
Paraguai | 73º | 75º |
Peru | 99º | 96º |
Guiana | 111º | 106º |
Equador | 130º | 129º |
Brasil | 131º | 130º |
Venezuela | 142º | 139º |
Colômbia | 146º | 140º |
A região teve avanço um avanço de 0,59 p.p. nos níveis de paz, resultado da diminuição de conflitos internos, maior estabilidade política e queda nas manifestações violentas — especialmente em países como Peru, Argentina e Colômbia, segundo o relatório.
O Peru liderou esse movimento, registrando o maior salto em paz na região, com um crescimento 4,4% na pontuação, o que lhe fez subir 3 posições entre as duas últimas edições do levantamento. Logo atrás, a Argentina apresentou um aumento de 3,8% nos índices de paz, beneficiada pela desaceleração da inflação e por um ambiente político mais estável — fatores que aliviaram tensões sociais e fortaleceram a confiança interna.
Ainda de acordo com o instituto, o Brasil piorou no critério de conflitos domésticos e internacionais em andamento em comparação ao ano de 2024, porém, demonstrou sinais positivos neste ano, com uma melhora na gestão da segurança e dos programas de proteção social e de domínio militar.
Quais são os critérios usados no cálculo do índice da paz
A metodologia do GPI (Global Peace Index) utiliza 23 indicadores qualitativos e quantitativos para medir o estado da paz em três domínios principais:
1. Nível de Segurança e Proteção Social:
Inclui fatores como nível de criminalidade percebida na sociedade, número de refugiados e pessoas deslocadas internamente como percentual da população, instabilidade política, escala de terror político, impacto do terrorismo, taxa de homicídios por 100 mil habitantes, nível de crimes violentos, manifestações violentas, população carcerária por 100 mil pessoas, número de oficiais de segurança interna e policiais por 100 mil habitantes, além da facilidade de acesso a armas pequenas e leves.
2. Extensão dos Conflitos Domésticos e Internacionais em Curso:
Abrange o número e a duração de conflitos internos, número de mortes por conflitos organizados (internos e externos), envolvimento em conflitos externos, intensidade dos conflitos internos organizados e as relações com países vizinhos.
3. Grau de Militarização:
Considera a despesa militar como percentual do PIB, número de militares por 100 mil habitantes, volume de importações e exportações de armas convencionais, contribuição financeira para missões de paz da ONU e a presença de capacidades nucleares ou de armamentos pesados.
*Estagiário sob supervisão de Diogo Max