A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora dos best-sellers “Amaricanah” e “Hibisco Roxo”, criticou neste sábado (14) as políticas de perseguição a imigrantes e a guerra cultural nos Estados Unidos sob o governo Donald Trump. Segundo ela, que vive entre os EUA e a Nigéria, o governo republicano se compara a regimes autoritários africanos.
“Para mim, os EUA sempre foram um modelo. Enquanto crescia em uma ditadura na Nigéria, todos diziam que isso não poderia acontecer nos EUA, mas agora está acontecendo. Quando eu volto aos EUA, parece um daqueles governos autocráticos africanos”, afirmou Chimamanda.
A escritora está no Rio para o lançamento de seu novo livro “Contagem dos Sonhos” (2025) e falou em um painel no fim da manhã, durante o evento “Festival LED – Luz na Educação”, realizado pela Globo.
De acordo com ela, houve uma crescente “demonização” de imigrantes e outras minorias por Trump, com forte viés racial. “Muitas pessoas brancas estão recebendo visto nos EUA, pessoas da Europa, mas ninguém as desumaniza, então há um componente muito racial”.
A escritora ressaltou que a liderança de Trump pode servir de mau exemplo: “Por causa do comportamento do presidente americano, as pessoas acham que é ‘ok’ ser racista ou violento”, disse.
Cerca de 15 anos após a palestra “O perigo de uma história única” no projeto TED Talks, que projetou seu nome internacionalmente, Chimamanda reconhece que houve avanços na expansão da pluralidade de vozes em narrativas, mas avalia que ainda há desafios a serem enfrentados.
“A desinformação é muito mais difícil de controlar na internet”, afirmou. Apesar de críticas às redes sociais, destacou o potencial das plataformas digitais em dar voz a jovens que, de outro modo, não teriam espaço para contar suas histórias.
Ao falar sobre o Brasil, disse ter se surpreendido ao descobrir a presença negra no país quando veio pela primeira vez, em 2008: “Achei que o Brasil tinha uma pessoa negra, e era o Pelé”, brincou. A escritora também destacou que, se histórias negras seguem invisibilizadas, é preciso incluí-las em livros didáticos e em obras de literatura.
“Importa o que você vê no livro e o que aprende na História. Se o cenário é ruim, vamos mudar, vamos mudar agora”, disse. “Professores podem fazer a diferença em decidir quais histórias eles ensinam”, completou.
Reconhecida como uma das maiores expoentes da literatura africana, Chimamanda afirmou ainda que o apoio de bons professores e de pais amorosos foi essencial para que nunca duvidasse do direito de sonhar — fio condutor de seu novo romance.
A autora nigeriana, que também escreveu a obra “Meio Sol Amarelo”, adaptada para o cinema, e o ensaio “Sejamos Todos Feministas”, dividiu o palco com a escritora brasileira Conceição Evaristo. Ambas leram trechos das obras uma da outra, em uma conversa mediada pela jornalista Aline Midlej.
A escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, autora dos best-sellers “Amaricanah” e “Hibisco Roxo”, criticou neste sábado (14) as políticas de perseguição a imigrantes e a guerra cultural nos Estados Unidos sob o governo Donald Trump. Segundo ela, que vive entre os EUA e a Nigéria, o governo republicano se compara a regimes autoritários africanos.
“Para mim, os EUA sempre foram um modelo. Enquanto crescia em uma ditadura na Nigéria, todos diziam que isso não poderia acontecer nos EUA, mas agora está acontecendo. Quando eu volto aos EUA, parece um daqueles governos autocráticos africanos”, afirmou Chimamanda.
A escritora está no Rio para o lançamento de seu novo livro “Contagem dos Sonhos” (2025) e falou em um painel no fim da manhã, durante o evento “Festival LED – Luz na Educação”, realizado pela Globo.
De acordo com ela, houve uma crescente “demonização” de imigrantes e outras minorias por Trump, com forte viés racial. “Muitas pessoas brancas estão recebendo visto nos EUA, pessoas da Europa, mas ninguém as desumaniza, então há um componente muito racial”.
A escritora ressaltou que a liderança de Trump pode servir de mau exemplo: “Por causa do comportamento do presidente americano, as pessoas acham que é ‘ok’ ser racista ou violento”, disse.
Cerca de 15 anos após a palestra “O perigo de uma história única” no projeto TED Talks, que projetou seu nome internacionalmente, Chimamanda reconhece que houve avanços na expansão da pluralidade de vozes em narrativas, mas avalia que ainda há desafios a serem enfrentados.
“A desinformação é muito mais difícil de controlar na internet”, afirmou. Apesar de críticas às redes sociais, destacou o potencial das plataformas digitais em dar voz a jovens que, de outro modo, não teriam espaço para contar suas histórias.
Ao falar sobre o Brasil, disse ter se surpreendido ao descobrir a presença negra no país quando veio pela primeira vez, em 2008: “Achei que o Brasil tinha uma pessoa negra, e era o Pelé”, brincou. A escritora também destacou que, se histórias negras seguem invisibilizadas, é preciso incluí-las em livros didáticos e em obras de literatura.
“Importa o que você vê no livro e o que aprende na História. Se o cenário é ruim, vamos mudar, vamos mudar agora”, disse. “Professores podem fazer a diferença em decidir quais histórias eles ensinam”, completou.
Reconhecida como uma das maiores expoentes da literatura africana, Chimamanda afirmou ainda que o apoio de bons professores e de pais amorosos foi essencial para que nunca duvidasse do direito de sonhar — fio condutor de seu novo romance.
A autora nigeriana, que também escreveu a obra “Meio Sol Amarelo”, adaptada para o cinema, e o ensaio “Sejamos Todos Feministas”, dividiu o palco com a escritora brasileira Conceição Evaristo. Ambas leram trechos das obras uma da outra, em uma conversa mediada pela jornalista Aline Midlej.