Um telão na Prefeitura de Paris começou a marcar, desde esta sexta-feira (20), os dias, horas, minutos e segundos que faltam para a COP30, conferência climática das Nações Unidas que será realizada em Belém. A capital francesa, onde há 10 anos foi assinado o Acordo de Paris, mais importante tratado internacional sobre o clima, realiza nesta semana dois eventos para promover a cúpula de novembro no Brasil.
A contagem regressiva, à moda dos Jogos Olímpicos, faz parte da exposição “De Paris a Belém – Dez Anos de Ações Mundiais pelo Clima”, que retraça a história da luta contra o aquecimento global. Logo na entrada, imagens feitas na Amazônia pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado (que morreu em maio, aos 81 anos, de leucemia) alertam o visitante para a ameaça de destruição do bioma.
Além da mostra, nesta segunda (23), Paris recebe prefeitos do mundo inteiro para uma cúpula sobre o papel das cidades na redução dos poluentes e na adaptação às mudanças climáticas.
Na cúpula, estão previstas intervenções do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que fará o discurso de encerramento; da diretora-executiva da COP30, a brasileira Ana Toni; e do presidente do Conselho Europeu, o português António Costa.
Em um dos painéis da exposição “De Paris a Belém”, há uma foto oficial de 2015, quando o Acordo de Paris foi negociado por 196 delegações. Quase nenhum dos líderes de então continua no poder. Uma das exceções é justamente a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo ?na época recém-eleita, e agora no último ano de seu segundo mandato.
Hidalgo disse à “Folha de S.Paulo” na quinta (19) que é preciso que haja um Acordo de Belém, assim como houve um Acordo de Paris em 2015.
“Não conseguimos limitar o aumento da temperatura ao 1,5°C que estabelecemos, mas, se não tivéssemos o Acordo de Paris, estaríamos com 5 graus a mais”, afirmou a prefeita. “Será preciso um novo acordo, cujas metas sejam definidas e atingidas, para permitir a vida neste planeta.”
Segundo ela, um dos objetivos da cúpula de prefeitos desta segunda é “tentar dizer que algumas coisas foram feitas, principalmente pelas cidades”.
“Pedimos a cerca de 50 cidades que contem aquilo de que mais se orgulham, e aquilo que o Acordo de Paris permitiu que realizassem”, explicou Hidalgo. “Queremos inserir o trabalho dessas cidades no âmbito das COPs, das conferências sobre o clima, em um momento de retrocessos, em um momento em que não foram atingidos os objetivos do acordo.”
Além do prefeito do Rio, estarão presentes os governantes de cidades como Atenas (Grécia), Barcelona (Espanha), Brazzaville (República do Congo), Douala (Camarões), Milão (Itália) e Montreal (Canadá).
Uma parte da mostra será levada a Belém para ser exposta durante a COP30, explicou a prefeita de Paris.
Em seus 11 anos à frente da cidade de 2 milhões de habitantes, Hidalgo notabilizou-se pelas iniciativas ambientais. Medições mostram que alguns índices de poluição do ar caíram pela metade em Paris. Ela aumentou o número de áreas verdes e de ruas para pedestres, enfrentando fortes críticas da oposição. Em novembro do ano passado, a prefeita anunciou que não será candidata a um terceiro mandato, na eleição marcada para março de 2026.
Hidalgo acaba de plantar uma “minifloresta urbana” na esplanada diante da sede da prefeitura, o Hôtel de Ville, um palácio do século 19 próximo à catedral de Notre-Dame. Estudos preveem que na segunda metade do século haverá máximas de 50°C em Paris, e a prefeitura lançou projetos de arborização da cidade como preparação para tais temperaturas.
A “floresta” foi inaugurada no início do mês pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita oficial à França.
“Contamos muito com a força de Lula. O fato de a COP acontecer no Brasil é uma ótima notícia”, concluiu Hidalgo.
Na fachada do Hôtel de Ville, foram instalados dois painéis gigantes concebidos pelo artista americano Shepard Fairey, também conhecido como Obey. Ele é o autor do famoso pôster “Hope”, que se tornou ícone da campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos em 2008.
Os painéis de Obey mostram dois olhos derramando uma lágrima. “É para atrair a atenção de quem olha e fazer pensar nas consequências das mudanças climáticas e da destruição ambiental”, explicou o artista na inauguração da obra. “Qualquer um que vê um olho lacrimejante consegue entender o sofrimento. E nosso planeta está sofrendo.”
Um telão na Prefeitura de Paris começou a marcar, desde esta sexta-feira (20), os dias, horas, minutos e segundos que faltam para a COP30, conferência climática das Nações Unidas que será realizada em Belém. A capital francesa, onde há 10 anos foi assinado o Acordo de Paris, mais importante tratado internacional sobre o clima, realiza nesta semana dois eventos para promover a cúpula de novembro no Brasil.
A contagem regressiva, à moda dos Jogos Olímpicos, faz parte da exposição “De Paris a Belém – Dez Anos de Ações Mundiais pelo Clima”, que retraça a história da luta contra o aquecimento global. Logo na entrada, imagens feitas na Amazônia pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado (que morreu em maio, aos 81 anos, de leucemia) alertam o visitante para a ameaça de destruição do bioma.
Além da mostra, nesta segunda (23), Paris recebe prefeitos do mundo inteiro para uma cúpula sobre o papel das cidades na redução dos poluentes e na adaptação às mudanças climáticas.
Na cúpula, estão previstas intervenções do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), que fará o discurso de encerramento; da diretora-executiva da COP30, a brasileira Ana Toni; e do presidente do Conselho Europeu, o português António Costa.
Em um dos painéis da exposição “De Paris a Belém”, há uma foto oficial de 2015, quando o Acordo de Paris foi negociado por 196 delegações. Quase nenhum dos líderes de então continua no poder. Uma das exceções é justamente a prefeita de Paris, a socialista Anne Hidalgo ?na época recém-eleita, e agora no último ano de seu segundo mandato.
Hidalgo disse à “Folha de S.Paulo” na quinta (19) que é preciso que haja um Acordo de Belém, assim como houve um Acordo de Paris em 2015.
“Não conseguimos limitar o aumento da temperatura ao 1,5°C que estabelecemos, mas, se não tivéssemos o Acordo de Paris, estaríamos com 5 graus a mais”, afirmou a prefeita. “Será preciso um novo acordo, cujas metas sejam definidas e atingidas, para permitir a vida neste planeta.”
Segundo ela, um dos objetivos da cúpula de prefeitos desta segunda é “tentar dizer que algumas coisas foram feitas, principalmente pelas cidades”.
“Pedimos a cerca de 50 cidades que contem aquilo de que mais se orgulham, e aquilo que o Acordo de Paris permitiu que realizassem”, explicou Hidalgo. “Queremos inserir o trabalho dessas cidades no âmbito das COPs, das conferências sobre o clima, em um momento de retrocessos, em um momento em que não foram atingidos os objetivos do acordo.”
Além do prefeito do Rio, estarão presentes os governantes de cidades como Atenas (Grécia), Barcelona (Espanha), Brazzaville (República do Congo), Douala (Camarões), Milão (Itália) e Montreal (Canadá).
Uma parte da mostra será levada a Belém para ser exposta durante a COP30, explicou a prefeita de Paris.
Em seus 11 anos à frente da cidade de 2 milhões de habitantes, Hidalgo notabilizou-se pelas iniciativas ambientais. Medições mostram que alguns índices de poluição do ar caíram pela metade em Paris. Ela aumentou o número de áreas verdes e de ruas para pedestres, enfrentando fortes críticas da oposição. Em novembro do ano passado, a prefeita anunciou que não será candidata a um terceiro mandato, na eleição marcada para março de 2026.
Hidalgo acaba de plantar uma “minifloresta urbana” na esplanada diante da sede da prefeitura, o Hôtel de Ville, um palácio do século 19 próximo à catedral de Notre-Dame. Estudos preveem que na segunda metade do século haverá máximas de 50°C em Paris, e a prefeitura lançou projetos de arborização da cidade como preparação para tais temperaturas.
A “floresta” foi inaugurada no início do mês pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita oficial à França.
“Contamos muito com a força de Lula. O fato de a COP acontecer no Brasil é uma ótima notícia”, concluiu Hidalgo.
Na fachada do Hôtel de Ville, foram instalados dois painéis gigantes concebidos pelo artista americano Shepard Fairey, também conhecido como Obey. Ele é o autor do famoso pôster “Hope”, que se tornou ícone da campanha de Barack Obama à Presidência dos Estados Unidos em 2008.
Os painéis de Obey mostram dois olhos derramando uma lágrima. “É para atrair a atenção de quem olha e fazer pensar nas consequências das mudanças climáticas e da destruição ambiental”, explicou o artista na inauguração da obra. “Qualquer um que vê um olho lacrimejante consegue entender o sofrimento. E nosso planeta está sofrendo.”