Já consolidado como o maior evento de experiência motor da América Latina e um dos maiores do mundo, o Festival Interlagos Autos 2025, realizado a partir desta quinta-feira, 12, até domingo, 15, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, deve atrair cerca de 150 mil pessoas. Além dos mais de 20 lançamentos de automóveis que grandes empresas internacionais preparam para o local, o festival agora também se alia ao entretenimento – montou-se um palco de 50 metros para shows de diferentes gêneros musicais. Matuê, Iza, Seu Jorge, Maiara e Maraisa, entre outros, são esperados por lá. Em meio a isso, no final de semana anterior, ainda quando acontecia a versão para motos do evento, um empresário desapareceu nas dependências externas do local, no complexo do autódromo. O caso segue em investigação policial. Márcio Saldanha, CEO do festival, falou com a coluna GENTE sobre os temas que regem a edição de 2025 do evento.
OS TRÊS E’s. “Uma coisa que foi muito importante no crescimento do festival é que a gente fez tudo passo a passo. Primeiro, a gente nasce com DNA da experiência, para trazer novidades ao setor. Depois, investimos nas necessidades de exposição do tradicional. E entramos na última etapa, o entretenimento. São os três ‘es’: exposição, experiência e entretenimento. Por quê? O entretenimento traz mais pessoas que estão fora do setor, para que elas enxerguem o segmento da moto e do automóvel com força, no modo friendly, com certo charme”.
DE SEU JORGE AO SERTANEJO. “O festival tem a concepção de englobar o máximo de tribos possíveis. A gente fala com a galera que gosta dos super esportivos, com o pessoal que gosta dos SUVs, com quem gosta dos clássicos… Quando trouxemos a música, a ideia foi ter o line-up mais abrangente. Tem uma coisa mais pop, mais sertaneja, mais pagode. Com isso, atendemos a todo mundo. Mas eu gosto mesmo é de eletrônico (risos)”.
NOVOS VENTOS. “Tem um que a gente está conversando bastante, que já tivemos sinal positivo para o ano que vem: o Alok. Não teve nada fechado, depende da agenda dele. Em 2026, o festival vai acontecer em agosto. Temos um palco de 50 metros, são quase 600 metros quadrados de LED. O público estimado para essa edição de automóveis é 150 mil pessoas. Na de moto, a gente teve 179 mil pessoas. Muito provavelmente em 2027 a de automóvel passará o setor de moto. A gente tem mais de 100 empresas expondo aqui. Só de carros, mais de 20 marcas”.
FORÇA CHINESA. “A gente tem aqui hoje marcas fortíssimas que já estão no Brasil, como a GWN e a BYD. E veio chegando agora a GAC, também com bastante força. Não digo que elas logo terão liderança do mercado. Mas o mercado é muito grande e vem se dividindo. Você tem as marcas tradicionais, que são muito fortes e tem aquele tradicional gosto do brasileiro, mas elas (as chinesas) chegam com muita força, com produtos de qualidade, que vão atender bastante alguns setores. Isso só vai fazer o setor crescer”.
SUSTENTABILIDADE. “É uma bandeira do setor automotivo atual. Não tem volta mais. Estão todos investindo bastante. Os carros estão ganhando força neste quesito, todas as marcas com preocupação grande e com uma obrigação natural. Agora os elétricos começam a ganhar o gosto das pessoas aqui, é uma questão exclusivamente de costume dos brasileiros. Você tem ali, por exemplo, a BYD alcançando números expressivos com uma linha de carros elétricos. A grande virada de chave vai ser com a estrutura para ter esses carros circulando”.
CARROS IMPORTADOS. “É claro que o setor está sempre brigando por reduções (de impostos), né? É lógico. E o que acontecer de reduções vai aquecer mais o mercado, a gente continua com isso, mas esse é um tema que não passa pela gente no festival. O nosso fórum é que, independentemente de como o mercado estiver funcionando, criaremos ações e ativações para o mercado vender, esse é o nosso objetivo. Então, independentemente da política econômica do governo, a gente tem que estar movimentando o setor. Vou estar focado sempre nisso. Digo o seguinte: tem gente que chora e gente que vende lenço. A gente, na pandemia, foi uma das poucas empresas que conseguiu realizar eventos de uma forma pocket, controlada, e ganhou notoriedade posteriormente. Temos que trabalhar”.
SUMIÇO DE UM EMPRESÁRIO. “A gente ficou extremamente consternado com tudo o que aconteceu. É uma situação muito delicada. Procuramos dar todo o atendimento à família dele, pessoalmente recebi a esposa dele no domingo de manhã, realizei buscas junto com eles, dando todo o suporte possível e nos posicionamos junto às autoridades competentes. Antecipadamente de qualquer solicitação, entregamos as imagens das câmeras que tínhamos. Ajudamos em tudo o que foi possível, nos colocamos à disposição. Agora… o carro dele não estava parado dentro da nossa área, estava dentro do kartódromo. Ele era piloto de kart, competia numa categoria de kart específica e era usuário constante do kartódromo. Por conta disso, a gente perde o controle de segurança. Em dez edições, a gente nunca teve um incidente aqui dentro”.
AUMENTO DA SEGURANÇA. “Não é que a gente aumentou a segurança do evento, porque a gente já tinha todo um perímetro definido e mapeado. Mas a gente amplificou as áreas de limite que tem geograficamente com outras próximas. Cercamos o kartódromo e a área de obra que está ligada à rua externa. Instalamos câmeras dentro dessa área de obra e que não era nossa obrigação”.
PAIXÃO POR VELOCIDADE. “Tive uma educação muito automotiva. Meu pai foi apaixonado por carro e sempre teve motos na garagem. Estou com 55 anos. Então, na irresponsabilidade dos anos 70, eu andava na garupa de moto desde os 4 anos de idade. Eu literalmente cresci andando de moto (risos). Não tem como não ficar apaixonado pelos motores, é uma coisa que sempre curti muito”.