Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira em queda moderada. Ao longo de praticamente toda a sessão a atenção dos agentes ficou concentrada no exterior, em meio aos desenvolvimentos da guerra no Oriente Médio e comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que alimentaram a expectativa por um corte de juros nos Estados Unidos já no mês que vem. Aliado a isso, a ausência de uma escalada do conflito entre Israel e Irã deu espaço para algum alívio das taxas domésticas.
No fim dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 anotou leve recuo de 14,96%, do ajuste anterior, a 14,955%; a do DI de janeiro de 2027 caiu de 14,28% para 14,255%; a do DI de janeiro de 2029 teve queda de 13,41% a 13,375%; e a do DI de janeiro de 2031 cedeu de 13,53% para 13,51%.
Em Nova York, os rendimentos dos Treasuries tiveram queda similar, com a taxa da T-note de dez anos fechando em baixa de 4,383% para 4,358%.
Em um dia de agenda esvaziada no Brasil, fatores externos guiaram o mercado de juros futuros, a começar pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio após os Estados Unidos atacarem instalações nucleares do Irã no fim de semana. A percepção de que o evento não iria provocar uma escalada ainda maior do conflito se confirmou com a retaliação iraniana apenas simbólica durante a tarde.
Com o prêmio de risco atrelado aos riscos geopolíticos tirado da curva de juros futuros, os agentes se concentraram em discursos de importantes membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), colegiado que toma as decisões de política monetária do Fed. O foco ficou principalmente nas falas de Michelle Bowman, integrante do conselho do BC americano, que ecoou comentários recentes de Christopher Waller ao dizer que pode defender um corte de juros já na reunião do mês que vem do Fomc, caso a dinâmica inflacionária não surpreenda negativamente nos Estados Unidos.
Os argumentos a favor da flexibilização monetária de dois dos principais diretores do Fed levaram o mercado a precificar um cenário de juros menos restritivos na maior economia do mundo, com repercussão para as taxas domésticas em um momento em que o próprio Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central parece ter encerrado o seu ciclo de aumento da Selic, o que leva o mercado a tentar antecipar quando começará os cortes de juros no Brasil.
Para o time de análise macroeconômica do banco Safra, liderado pelo superintendente de macroeconomia, Eduardo Yuki, a primeira redução da Selic acontecerá ainda esse ano e a taxa básica de juros terminará 2025 em 14,50%, de 15% atualmente. O banco manteve a previsão de que a flexibilização monetária terá início já neste ano mesmo depois do BC ter elevado a Selic na semana passada e afirmado que a manterá em patamar restritivo por um “período bastante prolongado”.
“Acreditamos que uma moderada retração da atividade e o arrefecimento da inflação no próximo semestre permitirão iniciar um ciclo gradual de redução da restrição monetária em dezembro deste ano”, avaliam os economistas do banco.
Uma simulação do modelo do BC realizada pelo Safra indica que a inflação ficará ligeiramente abaixo do centro da meta da autoridade monetária (3%) caso a Selic seja mantida em 15% até o segundo trimestre de 2027, período importante para determinar o começo do início do ciclo de corte de juros, já que este será o horizonte relevante da política monetária no último trimestre de 2025.
“Ou seja, haverá espaço para o início de redução gradual do nível de aperto monetário no final deste ano”, conclui a equipe de economistas do Safra. Conforme o cenário-base do banco, após a Selic terminar 2025 em 14,50%, o Copom seguirá flexibilizando a sua política monetária até que o juro básico chegue ao patamar 11,50% em 2026.
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Os juros futuros encerraram o pregão desta segunda-feira em queda moderada. Ao longo de praticamente toda a sessão a atenção dos agentes ficou concentrada no exterior, em meio aos desenvolvimentos da guerra no Oriente Médio e comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que alimentaram a expectativa por um corte de juros nos Estados Unidos já no mês que vem. Aliado a isso, a ausência de uma escalada do conflito entre Israel e Irã deu espaço para algum alívio das taxas domésticas.
No fim dos negócios, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 anotou leve recuo de 14,96%, do ajuste anterior, a 14,955%; a do DI de janeiro de 2027 caiu de 14,28% para 14,255%; a do DI de janeiro de 2029 teve queda de 13,41% a 13,375%; e a do DI de janeiro de 2031 cedeu de 13,53% para 13,51%.
Em Nova York, os rendimentos dos Treasuries tiveram queda similar, com a taxa da T-note de dez anos fechando em baixa de 4,383% para 4,358%.
Em um dia de agenda esvaziada no Brasil, fatores externos guiaram o mercado de juros futuros, a começar pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio após os Estados Unidos atacarem instalações nucleares do Irã no fim de semana. A percepção de que o evento não iria provocar uma escalada ainda maior do conflito se confirmou com a retaliação iraniana apenas simbólica durante a tarde.
Com o prêmio de risco atrelado aos riscos geopolíticos tirado da curva de juros futuros, os agentes se concentraram em discursos de importantes membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), colegiado que toma as decisões de política monetária do Fed. O foco ficou principalmente nas falas de Michelle Bowman, integrante do conselho do BC americano, que ecoou comentários recentes de Christopher Waller ao dizer que pode defender um corte de juros já na reunião do mês que vem do Fomc, caso a dinâmica inflacionária não surpreenda negativamente nos Estados Unidos.
Os argumentos a favor da flexibilização monetária de dois dos principais diretores do Fed levaram o mercado a precificar um cenário de juros menos restritivos na maior economia do mundo, com repercussão para as taxas domésticas em um momento em que o próprio Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central parece ter encerrado o seu ciclo de aumento da Selic, o que leva o mercado a tentar antecipar quando começará os cortes de juros no Brasil.
Para o time de análise macroeconômica do banco Safra, liderado pelo superintendente de macroeconomia, Eduardo Yuki, a primeira redução da Selic acontecerá ainda esse ano e a taxa básica de juros terminará 2025 em 14,50%, de 15% atualmente. O banco manteve a previsão de que a flexibilização monetária terá início já neste ano mesmo depois do BC ter elevado a Selic na semana passada e afirmado que a manterá em patamar restritivo por um “período bastante prolongado”.
“Acreditamos que uma moderada retração da atividade e o arrefecimento da inflação no próximo semestre permitirão iniciar um ciclo gradual de redução da restrição monetária em dezembro deste ano”, avaliam os economistas do banco.
Uma simulação do modelo do BC realizada pelo Safra indica que a inflação ficará ligeiramente abaixo do centro da meta da autoridade monetária (3%) caso a Selic seja mantida em 15% até o segundo trimestre de 2027, período importante para determinar o começo do início do ciclo de corte de juros, já que este será o horizonte relevante da política monetária no último trimestre de 2025.
“Ou seja, haverá espaço para o início de redução gradual do nível de aperto monetário no final deste ano”, conclui a equipe de economistas do Safra. Conforme o cenário-base do banco, após a Selic terminar 2025 em 14,50%, o Copom seguirá flexibilizando a sua política monetária até que o juro básico chegue ao patamar 11,50% em 2026.
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