A Alphabet, controladora do Google, processou a companhia aérea Latam, com sede no Chile, em um tribunal federal dos Estados Unidos, em San Jose, Califórnia, nesta quinta-feira (12). A ação busca uma declaração de que tribunais brasileiros não podem obrigar a gigante da tecnologia a remover, nos EUA, um vídeo do YouTube que acusa um funcionário da Latam de abusar sexualmente de uma criança.
No processo, o Google afirma que a Latam está tentando “contornar” as proteções à liberdade de expressão garantidas pela Constituição dos EUA ao processar, no Brasil, para forçar a remoção global do vídeo.
O porta-voz do Google, Jose Castaneda, disse, em comunicado, que a empresa “há muito apoia o princípio legal de que os tribunais de um país têm jurisdição sobre o conteúdo disponível nesse país, mas não sobre o que deve estar disponível em outros países.”
Questionada no Brasil, a Latam informou, por meio de nota: “A Latam não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre o processo”.
As empresas de rede social Trump Media e Rumble entraram com processo semelhante na Flórida, em fevereiro, contra o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que havia ordenado a remoção, nos EUA, das contas de um importante apoiador do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Um juiz federal decidiu, nesse caso, que as empresas não eram obrigadas a cumprir a ordem nos Estados Unidos.
De acordo com o processo do Google, o cidadão americano e residente na Flórida Raymond Moreira publicou dois vídeos no YouTube em 2018, nos quais seu filho de 6 anos relatava alegações de abuso sexual que teria sofrido por parte de um funcionário da Latam enquanto viajava desacompanhado.
Moreira processou a Latam na Flórida em 2020 pelo suposto abuso, e o caso resultou em um acordo confidencial. A Latam, por sua vez, processou o Google no Brasil em 2018, buscando uma ordem judicial para remover o vídeo do YouTube, que pertence ao Google.
A mais alta corte do Brasil deve decidir, na próxima semana, se tem autoridade para ordenar que o Google remova o vídeo globalmente.
O Google pediu ao tribunal da Califórnia nesta quinta-feira que declare que a Latam não pode obrigá-lo a remover o vídeo nos Estados Unidos.
A Suprema Corte do Canadá confirmou uma ordem para que o Google removesse alguns resultados de busca mundialmente em outro caso em 2018. Um juiz da Califórnia, porém, suspendeu a aplicação dessa ordem nos EUA, em 2017.
*Colaborou Cristian Favaro, do Valor, em São Paulo.
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A Alphabet, controladora do Google, processou a companhia aérea Latam, com sede no Chile, em um tribunal federal dos Estados Unidos, em San Jose, Califórnia, nesta quinta-feira (12). A ação busca uma declaração de que tribunais brasileiros não podem obrigar a gigante da tecnologia a remover, nos EUA, um vídeo do YouTube que acusa um funcionário da Latam de abusar sexualmente de uma criança.
No processo, o Google afirma que a Latam está tentando “contornar” as proteções à liberdade de expressão garantidas pela Constituição dos EUA ao processar, no Brasil, para forçar a remoção global do vídeo.
O porta-voz do Google, Jose Castaneda, disse, em comunicado, que a empresa “há muito apoia o princípio legal de que os tribunais de um país têm jurisdição sobre o conteúdo disponível nesse país, mas não sobre o que deve estar disponível em outros países.”
Questionada no Brasil, a Latam informou, por meio de nota: “A Latam não recebeu nenhuma comunicação oficial sobre o processo”.
As empresas de rede social Trump Media e Rumble entraram com processo semelhante na Flórida, em fevereiro, contra o juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que havia ordenado a remoção, nos EUA, das contas de um importante apoiador do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Um juiz federal decidiu, nesse caso, que as empresas não eram obrigadas a cumprir a ordem nos Estados Unidos.
De acordo com o processo do Google, o cidadão americano e residente na Flórida Raymond Moreira publicou dois vídeos no YouTube em 2018, nos quais seu filho de 6 anos relatava alegações de abuso sexual que teria sofrido por parte de um funcionário da Latam enquanto viajava desacompanhado.
Moreira processou a Latam na Flórida em 2020 pelo suposto abuso, e o caso resultou em um acordo confidencial. A Latam, por sua vez, processou o Google no Brasil em 2018, buscando uma ordem judicial para remover o vídeo do YouTube, que pertence ao Google.
A mais alta corte do Brasil deve decidir, na próxima semana, se tem autoridade para ordenar que o Google remova o vídeo globalmente.
O Google pediu ao tribunal da Califórnia nesta quinta-feira que declare que a Latam não pode obrigá-lo a remover o vídeo nos Estados Unidos.
A Suprema Corte do Canadá confirmou uma ordem para que o Google removesse alguns resultados de busca mundialmente em outro caso em 2018. Um juiz da Califórnia, porém, suspendeu a aplicação dessa ordem nos EUA, em 2017.
*Colaborou Cristian Favaro, do Valor, em São Paulo.
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