A Prefeitura de Niterói pagou, na quinta-feira, o valor de R$ 55 mil à família Juliana Marins para o translado do corpo da publicitária, de 26 anos, para o Brasil. A brasileira morreu após queda em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. Segundo sua irmã, Mariana Marins, o corpo de Juliana será sepultado em Niterói, cidade natal da jovem. No entanto, segundo Manoel Marins, pai de Juliana, que está em Bali acompanhando os trâmites do caso da filha, ainda não há data para que o corpo dela volte ao Brasil.
Neste sábado, a prefeitura confirmou que o valor já foi depositado na conta da família, na última quinta-feira. Na sexta-feira, Mariana Marins agradeceu, por meio das redes sociais, ao prefeito Rodrigo Neves pela compaixão em custear o translado do corpo de Juliana Marins.
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O laudo da autópsia do corpo da brasileira, apresentado pelo médico legista Ida Bagus Alit, foi revelado à imprensa na sexta-feira — antes mesmo de ser entregue oficialmente à família. Em entrevista ao jornal “O Globo”, também na sexta-feira, Mariana Marins já havia revelado que soube dos detalhes pela mídia, e que nem mesmo o pai, Manoel Marins — que está em Bali, na Indonésia — acompanhando o caso — foi informado previamente.
“Tudo o que eu sei, vi pela mídia. Em momento algum houve compaixão ou respeito suficiente para nos reunir e informar primeiro. Ficamos sabendo depois porque o legista quis seus 15 minutos de fama, mais um absurdo no meio de toda essa história”, disse Mariana Marins.
Segundo ela, seu pai, Manoel Marins, está em Bali e só será informado sobre a autopsia da filha à noite (no horário local): “Eu estou no Brasil, mas meu pai está em Bali. Ele me contou que agora, depois de todo mundo já ter tomado conhecimento da autópsia pela imprensa, talvez façam uma reunião com a família. É noite lá.”
Manoel, pai de Juliana, confirmou ao jornal “O Globo” que está em Bali aguardando novas informações, mas não foi acionado pelas autoridades para receber detalhes sobre a autópsia feita no corpo da filha. Ele diz que soube por meio de portais de notícia.
Autópsia levanta dúvidas
Além da forma como a informação foi divulgada, a família coleciona dúvidas sobre quando Juliana teria morrido. Sua irmã, Mariana, questiona a própria cronologia apresentada pelo legista. Segundo ele, a morte teria ocorrido entre 12 e 24 horas antes das 22h05 — mas não deixa claro a que dia se refere. Juliana caiu no sábado, dia 21, pela manhã, e o corpo foi resgatado apenas na quarta-feira seguinte. A estimativa de morte nesse intervalo abre margem para interpretações contraditórias.
“Se o legista disser que a morte foi 12 horas após a primeira queda, isso é mentira. Temos relatos de turistas, registros, vídeos… muita coisa que comprova que a Juliana ficou viva por muito mais tempo. O ferimento fatal pode ter acontecido na última queda, já perto do resgate. Agora, se ele confirmar que foi entre 12 e 24 horas antes do resgate, isso muda tudo, diz muita coisa”, completou Mariana.
Imagens feitas por turistas mostram Juliana com vida pelo menos três horas após a queda inicial. Ela teria pedido ajuda, e o grupo utilizou um drone para localizá-la. As gravações foram entregues à família e aos voluntários envolvidos nas buscas.
O que se sabe sobre a autópsia de Juliana até agora
Informações sobre a autópsia no corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, foram divulgadas nesta sexta-feira no Hospital Bali Mandara, em Denpasar, na Indonésia, onde o corpo foi examinado. Em entrevista para imprensa local, o médico legista Ida Bagus Alit concluiu que a causa da morte foi trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa. Ele respondeu a perguntas sobre os ferimentos e o tempo estimado entre o trauma e o óbito. Ele detalhou tecnicamente os danos ao corpo, mas ainda não está claro qual das quedas provocou a morte, estimada por ele em cerca de 20 minutos após o trauma, nem o local exato onde isso ocorreu.