Em depoimento à Polícia Federal (PF), Mauro Cid afirmou ainda que Bolsonaro pediu monitoramento do ministro Alexandre de Moraes. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou a investigadores da Polícia Federal, em delação premiada, que o seu “mundo” era o ex-presidente e que sempre atuava a serviço do político do PL.
O depoimento aparece em um dos vídeos da delação premiada do ajudante de ordens. O ministro Alexandre de Moraes tornou as gravações públicas nesta quinta-feira (20).
Nos depoimentos, Mauro Cid também afirma não ter participado de “nenhum planejamento detalhado” de tentativa de golpe.
“Eu não participei de nenhum planejamento detalhado, de nenhuma ação, meu mundo era o mundo do presidente, eu não estou mentindo, não estou omitindo […] o meu mundo era o presidente, o meu mundo de ação era o presidente, eu estou falando a verdade aqui”, afirmou.
O ministro Alexandre de Moraes retirou nesta quarta-feira (19) o sigilo da delação premiada de Mauro Cid
Jornal Nacional/ Reprodução
Minuta do golpe
Mauro Cid também confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso à minuta do decreto que previa a anulação das eleições e a convocação de um novo pleito.
Na oitiva, o tenente-coronel reiterou que não sabia mais detalhes sobre o projeto para monitorar autoridades como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outras autoridades, mas afirmou ter visto Jair Bolsonaro editando a minuta de golpe.
O delegado questionou se Cid tinha algo a acrescentar sobre o plano e ele respondeu:
“Não que eu tô lembrando, que possa contribuir ou mais alguma coisa de concreto não, porque eu não participei, eu não participei. Eu falei da minuta, a minuta eu vi, eu vi a confecção, eu vi o presidente tocando, eu falei, mas de detalhe disso aí eu não sei”.