Em entrevista ao atual presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o seu predecessor, Roberto Campos Neto, afirmou que gostaria de ter conseguido a autonomia financeira da instituição. A entrevista foi divulgada nesta quinta-feira (12) e faz parte da série “Conversas presidenciais”, que marca os 60 anos da autoridade monetária.
Quando Campos Neto estava no cargo, o Congresso Nacional aprovou a autonomia operacional do BC, com mandatos para a diretoria. Segundo o ex-presidente do BC, foi difícil para ele ter feito “tantas entregas”, mas não ter conseguido deixar a equipe motivada o tempo todo.
“Você vem do mundo privado, está acostumado a pagar bônus e aí chega no Banco Central e tem que achar uma forma diferente de motivar as pessoas. Eu acho que deveria ter pressionado e insistido na autonomia financeira antes, ter sido mais enfático nisso”, disse ele, afirmando que talvez essa falta de pressão maior tenha sido “até um erro” de sua gestão.
Atualmente, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal sobre autonomia orçamentária e financeira do BC.
Questionado por Galípolo se houve algo que ele queria ter feito e não conseguiu, Campos Neto respondeu que gostaria de ter visto o open finance mais desenvolvido “com um marketplace onde as pessoas pudessem ter todos os seus dados bancários, onde a gente já pudesse ver migração de produtos e serviços de forma mais ágil e mais transparente”, disse.
O ex-presidente do BC também lembrou que gostaria de ver o Drex, a moeda digital em desenvolvimento pela autoridade monetária, funcionando. “Acho que a tokenização na intermediação financeira vai trazer grandes avanços em eficiência”, afirmou.
Galípolo também perguntou se houve uma mudança “muito essencial” sobre o que é a atividade do BC. Campos Neto citou a inovação tecnológica e a informação.
“O fato de você conseguir, hoje, gerar quase uma corrida bancária por um rumor na mídia social, o fato de sair um resultado ruim do banco e todo mundo ficar sabendo em tempo real eu acho que isso mudou muito a forma, vamos dizer assim, de fazer a regulação bancária. Isso vai cada vez ser mais exponencial”, disse.
Campos Neto também citou que, nos últimos anos, houve uma aceleração do Non-Bank Financial Intermediation (NBFI, ou intermediação financeira não bancária). “Ou seja, empresas fora do sistema financeiro oferecendo cada vez mais serviços parecidos com os dos bancos. Os bancos precisam se adaptar”, afirmou.
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Em entrevista ao atual presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o seu predecessor, Roberto Campos Neto, afirmou que gostaria de ter conseguido a autonomia financeira da instituição. A entrevista foi divulgada nesta quinta-feira (12) e faz parte da série “Conversas presidenciais”, que marca os 60 anos da autoridade monetária.
Quando Campos Neto estava no cargo, o Congresso Nacional aprovou a autonomia operacional do BC, com mandatos para a diretoria. Segundo o ex-presidente do BC, foi difícil para ele ter feito “tantas entregas”, mas não ter conseguido deixar a equipe motivada o tempo todo.
“Você vem do mundo privado, está acostumado a pagar bônus e aí chega no Banco Central e tem que achar uma forma diferente de motivar as pessoas. Eu acho que deveria ter pressionado e insistido na autonomia financeira antes, ter sido mais enfático nisso”, disse ele, afirmando que talvez essa falta de pressão maior tenha sido “até um erro” de sua gestão.
Atualmente, há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal sobre autonomia orçamentária e financeira do BC.
Questionado por Galípolo se houve algo que ele queria ter feito e não conseguiu, Campos Neto respondeu que gostaria de ter visto o open finance mais desenvolvido “com um marketplace onde as pessoas pudessem ter todos os seus dados bancários, onde a gente já pudesse ver migração de produtos e serviços de forma mais ágil e mais transparente”, disse.
O ex-presidente do BC também lembrou que gostaria de ver o Drex, a moeda digital em desenvolvimento pela autoridade monetária, funcionando. “Acho que a tokenização na intermediação financeira vai trazer grandes avanços em eficiência”, afirmou.
Galípolo também perguntou se houve uma mudança “muito essencial” sobre o que é a atividade do BC. Campos Neto citou a inovação tecnológica e a informação.
“O fato de você conseguir, hoje, gerar quase uma corrida bancária por um rumor na mídia social, o fato de sair um resultado ruim do banco e todo mundo ficar sabendo em tempo real eu acho que isso mudou muito a forma, vamos dizer assim, de fazer a regulação bancária. Isso vai cada vez ser mais exponencial”, disse.
Campos Neto também citou que, nos últimos anos, houve uma aceleração do Non-Bank Financial Intermediation (NBFI, ou intermediação financeira não bancária). “Ou seja, empresas fora do sistema financeiro oferecendo cada vez mais serviços parecidos com os dos bancos. Os bancos precisam se adaptar”, afirmou.
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