Nova pesquisa aponta que o treino inclinado pode queimar até 7% mais gordura do que a corrida tradicional — e ser uma alternativa para evitar lesões e preservar os músculos Correr em superfície plana ou caminhar na esteira inclinada? Um novo estudo publicado pelo International Journal of Exercise Science revela que a caminhada inclinada, como no popular treino 12-3-30, pode queimar até 7% mais gordura do que correr. A pesquisa comparou o treinamento viral nas redes sociais — que consiste em caminhar na esteira com a inclinação em 12%, velocidade em 3 milhas por hora (o equivalente a 4,8 km/h) e duração de 30 minutos — com a corrida em ritmo livre, analisando o gasto calórico total de ambas as sessões.
Os resultados surpreenderam: embora o gasto calórico total tenha sido semelhante entre os dois tipos de exercício, a caminhada em inclinação se destacou pela maior taxa de oxidação de gordura. Enquanto a corrida tende a queimar uma combinação de carboidratos e gordura, o treino inclinado ativa majoritariamente o metabolismo lipídico — ou seja, tem a queima de gordura como principal fonte de energia.
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“Isso acontece porque a caminhada com inclinação mantém a frequência cardíaca na chamada ‘zona dois’ (entre 65% e 75% da sua frequência cardíaca máxima). Trata-se da faixa de intensidade na qual o corpo gasta mais a gordura como fonte de energia. Ao fazer isso, o organismo poupa o glicogênio muscular”, explica Karina Hatano, médica do esporte do Hospital Albert Einstein.
Para quem está em busca de uma composição corporal mais eficiente — especialmente em contexto de déficit calórico — essa descoberta muda o jogo. Preservar o glicogênio muscular enquanto maximiza a queima de gordura é o cenário ideal para quem quer emagrecer sem comprometer a massa magra.
A caminhada inclinada oferece ainda menor impacto para as articulações do que a corrida, e pode ser uma alternativa para pessoas que possuem histórico de lesões, como nos joelhos, na coluna e no quadril. “Apesar de seguir um ritmo menor, essa atividade ativa a musculatura das pernas, principalmente nas panturrilhas e glúteos, e traz benefícios cardiovasculares. Pode também ser uma opção segura para quem ainda não possui um bom condicionamento físico ou fortalecimento muscular”, completa a médica.
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Mas a corrida também tem suas vantagens. De acordo com o estudo, correr queimou o mesmo número de calorias em apenas 23 minutos, sete a menos do que caminhar em inclinação. “Ela melhora a saúde cardiovascular ao elevar a frequência cardíaca e trabalhar a capacidade aeróbica, fortalece os músculos inferiores, aumenta a densidade óssea e pode auxiliar com um maior controle do peso”, reforça Karina Hatano.
O estudo também lança luz sobre uma questão pouco debatida: treinos de alta intensidade, apesar de eficientes em queimar calorias, podem não ser tão eficazes quanto se pensa na queima de gordura, especificamente. Isso reforça a importância do cardio estratégico, aquele que combina ciência, intenção e inteligência na escolha do exercício ideal para cada objetivo. Em resumo, não se trata apenas de suar mais ou correr mais rápido, mas de treinar de forma mais esperta.
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