Horas depois do ataque dos EUA às três principais instalações nucleares do Irã — marcando a entrada americana na guerra — o destino do urânio enriquecido que o regime iraniano supostamente tinha ainda era desconhecido.
Havia evidências, segundo duas autoridades israelenses com conhecimento da inteligência, de que o Irã havia transferido equipamentos e urânio do local nos últimos dias. E havia suspeita crescente de que os iranianos, atentos às repetidas ameaças de Trump de tomar medidas militares, haviam removido 400 quilos de urânio enriquecido a 60%. Isso é um pouco abaixo dos 90% de grau de pureza normalmente usados em armas nucleares.
Autoridades do governo de Donald Trump enfatizaram nesse domingo (22) que os ataques da madrugada (sábado à noite no Brasil) a instalações nucleares iranianas não tinham como objetivo iniciar uma guerra total contra o Irã. E, embora o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, tenha afirmado que os bombardeios causaram “danos graves” às centrais, outros funcionários do governo disseram que os efeitos da ofensiva só serão conhecidos nos próximos dias.
Logo após o ataque, Trump descreveu as três instalações nucleares iranianas que foram alvos do bombardeio americano — Fordow, Natanz e Isfahan — como “completa e totalmente destruídas”, mas integrantes de seu gabinete amenizaram essas declarações. Um alto funcionário americano reconheceu ao jornal “The New York Times” que o ataque a Fordow não destruiu a instalação, fortemente fortificada nos subterrâneos de uma área montanhosa, mas afirmou que ela havia tinha sido atingida.
Paralelamente, duas autoridades israelenses com conhecimento do assunto também disseram que, aparentemente, o Irã havia transferido equipamentos e insumos nucleares, incluindo urânio enriquecido, do local antes dos ataques.
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O Pentágono também enfatizou que os ataques não foram um preâmbulo para uma mudança de regime no Irã — apesar de o próprio Trump ter publicado no domingo (22) em sua rede social: “Não é politicamente correto falar em mudança de regime, mas se o atual regime não é capaz de FAZER O IRÃ GRANDE DE NOVO, por que não mudar o regime??? MIGA!!!”. Ele se referia a um paralelo com o movimento radical que lhe dá apoio político, o Maga, ou Make America Great Again.
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Ao detalhar no Pentágono a “Operação Martelo da Meia-Noite”, o general Caine afirmou que o plano de ataque era conhecido apenas por um pequeno número de pessoas em Washington e no quartel-general das Forças Armadas dos EUA para operações no Oriente Médio, na Flórida.
Sete bombardeiros B-2 voaram por 18 horas dos EUA ao Irã para lançar 14 bombas destruidoras de bunkers. Uma parte dos aviões fizeram incursões falsas ao espaço aéreo iraniano para iludir as defesas aéreas, disse Caine. No total, os EUA lançaram 75 munições guiadas de precisão, incluindo mais de duas dúzias de mísseis Tomahawk, e mais de 125 aeronaves militares na operação contra três instalações nucleares.
O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, alertou o Irã contra ameaças de retaliação contra os EUA e disse que as forças americanas se defenderiam de qualquer ataque. “Esta missão não era e não tem sido sobre mudança de regime”, disse Hegseth a repórteres no Pentágono.
Teerã reagiu aos ataques lançando uma onda de mísseis, que feriu dezenas de pessoas e destruiu prédios em seu principal centro comercial, Tel Aviv. Os iranianos também declararam todos os americanos, civis e militares, como alvos de guerra legítimos, segundo a TV estatal do Irã.
Além disso, a entrada dos EUA na guerra põe em risco a segurança de seus soldados espalhados por bases militares na região, sobretudo no vizinho Iraque.
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O vice-presidente J.D. Vance, em entrevista à rede NBC, afirmou que os EUA não estavam em guerra com o Irã, mas sim com seu programa nuclear. “Acho que realmente atrasamos o programa [nuclear] deles por muito tempo”, disse Vance, acrescentando que os EUA “não tinham interesse em tropas em terra”.
“Não estamos em guerra com o Irã”, afirmou Vance. “Estamos em guerra com o programa nuclear do Irã.”
A operação Martelo da Meia-Noite coloca o Oriente Médio à beira de uma nova grande conflagração em uma região já em chamas há mais de 20 meses, com guerras em Gaza e no Líbano e um ditador — Bashar al-Assad — deposto na Síria.
Caine disse que os militares americanos aumentaram a proteção das tropas na região. Segundo fontes citadas pela agência Reuters, funcionários americanos estão em contato com a diplomacia da China e da Rússia para que esses países convençam os iranianos a não bloquear o estratégico Estreito de Ormuz, por onde passa a maior parte do petróleo produzido nos países do Golfo Pérsico. Um bloqueio à passagem poderia ter um efeito devastador sobre o mercado internacional de energia.
O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, um potencial ponto de estrangulamento para embarques de petróleo, mas o principal órgão de segurança do país precisa tomar uma decisão final, informou a TV iraniana.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse ao programa “Face the Nation”, da CBS, que nenhum outro ataque estava planejado, a menos que o Irã respondesse. “Temos outros alvos que podemos atingir, mas alcançamos nosso objetivo. Não há operações militares planejadas contra o Irã neste momento — a menos que eles façam alguma coisa”, disse Rubio.
Horas depois do ataque dos EUA às três principais instalações nucleares do Irã — marcando a entrada americana na guerra — o destino do urânio enriquecido que o regime iraniano supostamente tinha ainda era desconhecido.
Havia evidências, segundo duas autoridades israelenses com conhecimento da inteligência, de que o Irã havia transferido equipamentos e urânio do local nos últimos dias. E havia suspeita crescente de que os iranianos, atentos às repetidas ameaças de Trump de tomar medidas militares, haviam removido 400 quilos de urânio enriquecido a 60%. Isso é um pouco abaixo dos 90% de grau de pureza normalmente usados em armas nucleares.
Autoridades do governo de Donald Trump enfatizaram nesse domingo (22) que os ataques da madrugada (sábado à noite no Brasil) a instalações nucleares iranianas não tinham como objetivo iniciar uma guerra total contra o Irã. E, embora o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, tenha afirmado que os bombardeios causaram “danos graves” às centrais, outros funcionários do governo disseram que os efeitos da ofensiva só serão conhecidos nos próximos dias.
Logo após o ataque, Trump descreveu as três instalações nucleares iranianas que foram alvos do bombardeio americano — Fordow, Natanz e Isfahan — como “completa e totalmente destruídas”, mas integrantes de seu gabinete amenizaram essas declarações. Um alto funcionário americano reconheceu ao jornal “The New York Times” que o ataque a Fordow não destruiu a instalação, fortemente fortificada nos subterrâneos de uma área montanhosa, mas afirmou que ela havia tinha sido atingida.
Paralelamente, duas autoridades israelenses com conhecimento do assunto também disseram que, aparentemente, o Irã havia transferido equipamentos e insumos nucleares, incluindo urânio enriquecido, do local antes dos ataques.
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Sete bombardeiros B-2 voaram por 18 horas dos EUA ao Irã para lançar 14 bombas destruidoras de bunkers. Uma parte dos aviões fizeram incursões falsas ao espaço aéreo iraniano para iludir as defesas aéreas, disse Caine. No total, os EUA lançaram 75 munições guiadas de precisão, incluindo mais de duas dúzias de mísseis Tomahawk, e mais de 125 aeronaves militares na operação contra três instalações nucleares.
O Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, alertou o Irã contra ameaças de retaliação contra os EUA e disse que as forças americanas se defenderiam de qualquer ataque. “Esta missão não era e não tem sido sobre mudança de regime”, disse Hegseth a repórteres no Pentágono.
Teerã reagiu aos ataques lançando uma onda de mísseis, que feriu dezenas de pessoas e destruiu prédios em seu principal centro comercial, Tel Aviv. Os iranianos também declararam todos os americanos, civis e militares, como alvos de guerra legítimos, segundo a TV estatal do Irã.
Além disso, a entrada dos EUA na guerra põe em risco a segurança de seus soldados espalhados por bases militares na região, sobretudo no vizinho Iraque.
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O vice-presidente J.D. Vance, em entrevista à rede NBC, afirmou que os EUA não estavam em guerra com o Irã, mas sim com seu programa nuclear. “Acho que realmente atrasamos o programa [nuclear] deles por muito tempo”, disse Vance, acrescentando que os EUA “não tinham interesse em tropas em terra”.
“Não estamos em guerra com o Irã”, afirmou Vance. “Estamos em guerra com o programa nuclear do Irã.”
A operação Martelo da Meia-Noite coloca o Oriente Médio à beira de uma nova grande conflagração em uma região já em chamas há mais de 20 meses, com guerras em Gaza e no Líbano e um ditador — Bashar al-Assad — deposto na Síria.
Caine disse que os militares americanos aumentaram a proteção das tropas na região. Segundo fontes citadas pela agência Reuters, funcionários americanos estão em contato com a diplomacia da China e da Rússia para que esses países convençam os iranianos a não bloquear o estratégico Estreito de Ormuz, por onde passa a maior parte do petróleo produzido nos países do Golfo Pérsico. Um bloqueio à passagem poderia ter um efeito devastador sobre o mercado internacional de energia.
O Parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, um potencial ponto de estrangulamento para embarques de petróleo, mas o principal órgão de segurança do país precisa tomar uma decisão final, informou a TV iraniana.
O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse ao programa “Face the Nation”, da CBS, que nenhum outro ataque estava planejado, a menos que o Irã respondesse. “Temos outros alvos que podemos atingir, mas alcançamos nosso objetivo. Não há operações militares planejadas contra o Irã neste momento — a menos que eles façam alguma coisa”, disse Rubio.