“Ainda Estou Aqui” pôs fim neste domingo ao reinado do idioma espanhol nos 12 anos de Prêmios Platino, celebração equivalente ao “Oscar” para a indústria audiovisual ibero-americana. Pela primeira vez, uma obra falada em português saiu consagrada como melhor filme na entrega do Platino, prêmio disputado por 23 países de língua espanhola e portuguesa (da América Latina e da Europa).
Apesar da participação mínima do idioma português desde que o Platino foi criado, em 2014, seja nas indicações ou na cerimônia, este ano o fenômeno de “Ainda Estou Aqui” se impôs. Como foram mais de 50 estatuetas conquistadas ao redor do mundo, inclusive o Oscar de melhor filme internacional, seria difícil explicar qualquer outro resultado na premiação, realizada esta noite no Palácio Municipal de Ifema Madrid.
O drama que resgata a trajetória de Eunice Paiva (1929-2018) deu, além do troféu de melhor filme ibero-americano, mais dois prêmios ao Brasil. Walter Salles levou a estatueta de melhor diretor da temporada, e Fernanda Torres foi premiada como melhor atriz, ainda que nenhum dos dois tenha viajado à Espanha para prestigiar a cerimônia.
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A atriz Valentina Herszage, a intérprete de Vera Paiva, uma das filhas da protagonista no filme, leu o agradecimento de Torres no palco: “Sou fruto da cultura ibero-americana e a península ibérica é a minha segunda casa. No cinema, essa força cultural pariu artistas da dimensão de Luis Buñuel, Pedro Almodóvar, Alejandro Iñárritu, Alfonso Cuarón, Ricardo Darín etc”.
Salles foi representado pelo produtor de “Ainda Estou Aqui”, Rodrigo Teixeira, que leu uma mensagem do diretor, dedicando a estatueta a Carlos Diegues, morto em fevereiro. “Carlos era admirador do cinema latino-americano e foi fundamental para que filmes como o nosso pudessem ser feitos”, afirmou Salles.
Em sua passagem por Madrid, Rodrigo Teixeira comemorou o fato de um título argentino, dois espanhóis, um português e um brasileiro terem ocupado as cinco vagas ao Platino de melhor filme. Teixeira se referia a “El Jockey” (Argentina), “Grand Tour” (Portugal) e a duas obras espanholas, “El 47” e “La Infiltrada”, sendo que nenhum dos quatro concorrentes foi tão bem recebido no circuito mundial de cinema quanto “Ainda Estou Aqui’’, lançado em mais de 40 países.
“É importante falar espanhol e português nessa competição”, disse Teixeira, que repetiu hoje a declaração à RTVE, a Radiotelevisión Española, a emissora oficial do Platino. O prêmio é uma realização da EGEDA (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais) e da FIPCA (Federação Ibero-Americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais).
Vale lembrar que, nas quatro últimas edições do Platino, de 2021 a 2024, o Brasil não conseguiu emplacar indicados como melhor filme, o que incomodou muitos profissionais do país. Até porque, nos últimos anos, os filmes brasileiros estiveram presentes nas mostras competitivas dos maiores festivais de cinema do mundo, como Berlim, Cannes e Veneza, o que serve de termômetro. Na edição do ano passado, o Brasil não teve qualquer indicação ao Platino, nem de cinema nem de televisão.
Outro prêmio, este na categoria de TV, foi conquistado pelo Brasil nesta noite. Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patricia Andrade ganharam o Platino de melhor criador de série, por “Senna”. A trajetória de Ayrton Senna atualmente figura como a produção de língua não inglesa mais vista da Netflix, em todo o mundo.
Antes de o Brasil entrar hoje para a galeria dos países vencedores do Platino de melhor filme ibero-americano, Espanha, Argentina, Chile, México e Colômbia figuravam como premiados na categoria principal. Espanha e Argentina continuam na liderança, mantendo o domínio da língua espanhola, com três vitórias cada.
“Ainda Estou Aqui” pôs fim neste domingo ao reinado do idioma espanhol nos 12 anos de Prêmios Platino, celebração equivalente ao “Oscar” para a indústria audiovisual ibero-americana. Pela primeira vez, uma obra falada em português saiu consagrada como melhor filme na entrega do Platino, prêmio disputado por 23 países de língua espanhola e portuguesa (da América Latina e da Europa).
Apesar da participação mínima do idioma português desde que o Platino foi criado, em 2014, seja nas indicações ou na cerimônia, este ano o fenômeno de “Ainda Estou Aqui” se impôs. Como foram mais de 50 estatuetas conquistadas ao redor do mundo, inclusive o Oscar de melhor filme internacional, seria difícil explicar qualquer outro resultado na premiação, realizada esta noite no Palácio Municipal de Ifema Madrid.
O drama que resgata a trajetória de Eunice Paiva (1929-2018) deu, além do troféu de melhor filme ibero-americano, mais dois prêmios ao Brasil. Walter Salles levou a estatueta de melhor diretor da temporada, e Fernanda Torres foi premiada como melhor atriz, ainda que nenhum dos dois tenha viajado à Espanha para prestigiar a cerimônia.
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A atriz Valentina Herszage, a intérprete de Vera Paiva, uma das filhas da protagonista no filme, leu o agradecimento de Torres no palco: “Sou fruto da cultura ibero-americana e a península ibérica é a minha segunda casa. No cinema, essa força cultural pariu artistas da dimensão de Luis Buñuel, Pedro Almodóvar, Alejandro Iñárritu, Alfonso Cuarón, Ricardo Darín etc”.
Salles foi representado pelo produtor de “Ainda Estou Aqui”, Rodrigo Teixeira, que leu uma mensagem do diretor, dedicando a estatueta a Carlos Diegues, morto em fevereiro. “Carlos era admirador do cinema latino-americano e foi fundamental para que filmes como o nosso pudessem ser feitos”, afirmou Salles.
Em sua passagem por Madrid, Rodrigo Teixeira comemorou o fato de um título argentino, dois espanhóis, um português e um brasileiro terem ocupado as cinco vagas ao Platino de melhor filme. Teixeira se referia a “El Jockey” (Argentina), “Grand Tour” (Portugal) e a duas obras espanholas, “El 47” e “La Infiltrada”, sendo que nenhum dos quatro concorrentes foi tão bem recebido no circuito mundial de cinema quanto “Ainda Estou Aqui’’, lançado em mais de 40 países.
“É importante falar espanhol e português nessa competição”, disse Teixeira, que repetiu hoje a declaração à RTVE, a Radiotelevisión Española, a emissora oficial do Platino. O prêmio é uma realização da EGEDA (Entidade de Gestão de Direitos dos Produtores Audiovisuais) e da FIPCA (Federação Ibero-Americana de Produtores Cinematográficos e Audiovisuais).
Vale lembrar que, nas quatro últimas edições do Platino, de 2021 a 2024, o Brasil não conseguiu emplacar indicados como melhor filme, o que incomodou muitos profissionais do país. Até porque, nos últimos anos, os filmes brasileiros estiveram presentes nas mostras competitivas dos maiores festivais de cinema do mundo, como Berlim, Cannes e Veneza, o que serve de termômetro. Na edição do ano passado, o Brasil não teve qualquer indicação ao Platino, nem de cinema nem de televisão.
Outro prêmio, este na categoria de TV, foi conquistado pelo Brasil nesta noite. Vicente Amorim, Fernando Coimbra, Luiz Bolognesi e Patricia Andrade ganharam o Platino de melhor criador de série, por “Senna”. A trajetória de Ayrton Senna atualmente figura como a produção de língua não inglesa mais vista da Netflix, em todo o mundo.
Antes de o Brasil entrar hoje para a galeria dos países vencedores do Platino de melhor filme ibero-americano, Espanha, Argentina, Chile, México e Colômbia figuravam como premiados na categoria principal. Espanha e Argentina continuam na liderança, mantendo o domínio da língua espanhola, com três vitórias cada.