Do futebol de várzea, que jogava descalça — ganhou sua primeira chuteira apenas aos 11 anos, e como era dois números maior completava o espaço com jornal —, à profissionalização, aos 14, no Vasco da Gama, ela nunca deixou de ser obstinada pela bola. Ainda assim, sempre teve menos reconhecimento, visibilidade, patrocínios e salários mais baixos que seus colegas do sexo masculino. Pudera, já que vivemos em um País que até 1979 um decreto militar proibia a prática feminina de qualquer tipo de luta, futebol seja de salão, de campo ou de praia, polo, halterofilismo e beisebol. Para Marta, de 33 anos, o assunto foi se tornando cada vez mais incômodo. Desde 2010, ela é embaixadora da ONU para trabalhar pela igualdade de gênero e empoderamento em todo o mundo e inspirar meninas e mulheres a desafiar estereótipos e superar barreiras. Sua atuação na organização foi crescendo ao longo dos anos: em 2018, a camisa 10 da seleção foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres e, em maio deste ano, aceitou o convite para ser Defensora dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.