Lançada recentemente na Netflix, a segunda temporada de DNA do Crime está no Top 10 em dez países, retomando a narrativa criminal na fronteira do Brasil com o Paraguai. Dirigida pelo pernambucano Heitor Dhalia, também responsável pela policial Arcanjo Renegado, da Globoplay, e Donos Do Jogo, série sobre o jogo do bicho que estreia ainda este ano na Netflix, a trama acompanha policiais e criminosos em uma perseguição implacável, usando o crime para dissecar mazelas da sociedade.
O trato de temas sensíveis é marca registrada de Dhalia, que busca retratar nas telas do cinema e do streaming um Brasil complexo, para além de simplificações dicotômicas. Para DNA do Crime, por exemplo, o diretor de 55 anos convocou policiais reais e ex egressos do sistema prisional para compor o elenco. “Isso dá para a gente um material humano muito especial. Uma coisa é ler um artigo, um jornal, uma revista, outra é escutar um depoimento carregado de memória”, explica Maeve Jinkings, que vive a policial Suellen, e descreve Dhalia como um cineastas de “muita escuta”. “Heitor é um cara muito inteligente. Ele teve a vivência de entender certos lugares por onde ele passou para poder fazer esse projeto, se enfurnar por alguns caminhos e fazer essa pesquisa de campo toda”, explica Thomas Aquino, que vive Sem Alma na trama.
Confira, a seguir, a entrevista com o diretor:
Você está à frente de DNA do Crime, fez Arcanjo Renegado e também Donos do Jogo, que estreia ainda este ano. Todas As três são séries que tem como pano de fundo a criminalidade. O que te atrai nesse nesse tema? Isso aconteceu por acaso. Eu nem sabia que tinha tanto interesse, mas quando me deparei com a primeira produção nesse universo entendi que há nele um ponto de inflexão na realidade brasileira muito aguda.
Em que sentido? É uma coisa que está muito presente na nossa realidade, que tem conexões com as nossas questões sociais, e que, como resultado disso, a gente tem um país com esse grau de criminalidade, mas também com histórias incríveis. A primeira série de ação que eu gravei no Rio de Janeiro me despertou um interesse muito grande por investigar mais fundo esse universo, e aí a gente foi fazendo isso em diversas séries, e continuamos fazendo. Descobri uma vocação, porque eu gosto do que o crime nos oferece como possibilidade de investigação do ser humano e da própria realidade em que a gente vive.
A primeira temporada da série repercutiu bastante fora do Brasil. Como vê essa recepção? A gente se desafia muito para levar a nossa produção a um nível de excelência máxima, e acho que temos conseguido isso graças a esse processo de investigação dos universos que a gente retrata, que são muito ricos. Em DNA do Crime, por exemplo, tem as forças especiais da polícia, a contravenção. São assuntos interessantes em que fazemos esse mergulho profundo, e tem dado bons frutos.
Você é do Recife, o Agente Secreto, que se passa na cidade, foi muito elogiado em Cannes, e o DNA do crime é ambientado na fronteira do Brasil. Como vê a importância de retratar esse Brasil mais amplo, fora do eixo Rio-São Paulo? O nosso cinema e o nosso audiovisual sempre buscou retratar o país. Esse é um compromisso que sempre existiu: buscar entender as nossas complexidades, as nossas regiões, o povo, a diversidade e a potência cultural de tudo isso, e acho que ao longo da história fomos muito bem-sucedidos nisso.
Mas a visibilidade aumentou? Acho que sim. Estamos em um momento muito especial, fazendo filmes de excelência. É a produção audiovisual brasileira conquistando territórios nunca imaginados com Ainda Estou Aqui no Oscar, O Agente Secreto, do meu conterrâneo Kleber, que vem fazendo um cinema que se destaca há anos, e retrata aquela região para o mundo. É algo que fazemos também em DNA do Crime, com a história na fronteira. Então, estamos começando a ser mais bem-sucedido em fazer o nosso cinema viajar pelo mundo. Ele sempre viajou, mas hoje as tecnologias estão mais acessíveis, e conseguimos comunicar nossa arte de maneira mais ampla e disputar lugares que a gente talvez não tivesse tanto acesso antes.
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Lançada recentemente na Netflix, a segunda temporada de DNA do Crime está no Top 10 em dez países, retomando a narrativa criminal na fronteira do Brasil com o Paraguai. Dirigida pelo pernambucano Heitor Dhalia, também responsável pela policial Arcanjo Renegado, da Globoplay, e Donos Do Jogo, série sobre o jogo do bicho que estreia ainda este ano na Netflix, a trama acompanha policiais e criminosos em uma perseguição implacável, usando o crime para dissecar mazelas da sociedade.
O trato de temas sensíveis é marca registrada de Dhalia, que busca retratar nas telas do cinema e do streaming um Brasil complexo, para além de simplificações dicotômicas. Para DNA do Crime, por exemplo, o diretor de 55 anos convocou policiais reais e ex egressos do sistema prisional para compor o elenco. “Isso dá para a gente um material humano muito especial. Uma coisa é ler um artigo, um jornal, uma revista, outra é escutar um depoimento carregado de memória”, explica Maeve Jinkings, que vive a policial Suellen, e descreve Dhalia como um cineastas de “muita escuta”. “Heitor é um cara muito inteligente. Ele teve a vivência de entender certos lugares por onde ele passou para poder fazer esse projeto, se enfurnar por alguns caminhos e fazer essa pesquisa de campo toda”, explica Thomas Aquino, que vive Sem Alma na trama.
Confira, a seguir, a entrevista com o diretor:
Você está à frente de DNA do Crime, fez Arcanjo Renegado e também Donos do Jogo, que estreia ainda este ano. Todas As três são séries que tem como pano de fundo a criminalidade. O que te atrai nesse nesse tema? Isso aconteceu por acaso. Eu nem sabia que tinha tanto interesse, mas quando me deparei com a primeira produção nesse universo entendi que há nele um ponto de inflexão na realidade brasileira muito aguda.
Em que sentido? É uma coisa que está muito presente na nossa realidade, que tem conexões com as nossas questões sociais, e que, como resultado disso, a gente tem um país com esse grau de criminalidade, mas também com histórias incríveis. A primeira série de ação que eu gravei no Rio de Janeiro me despertou um interesse muito grande por investigar mais fundo esse universo, e aí a gente foi fazendo isso em diversas séries, e continuamos fazendo. Descobri uma vocação, porque eu gosto do que o crime nos oferece como possibilidade de investigação do ser humano e da própria realidade em que a gente vive.
A primeira temporada da série repercutiu bastante fora do Brasil. Como vê essa recepção? A gente se desafia muito para levar a nossa produção a um nível de excelência máxima, e acho que temos conseguido isso graças a esse processo de investigação dos universos que a gente retrata, que são muito ricos. Em DNA do Crime, por exemplo, tem as forças especiais da polícia, a contravenção. São assuntos interessantes em que fazemos esse mergulho profundo, e tem dado bons frutos.
Você é do Recife, o Agente Secreto, que se passa na cidade, foi muito elogiado em Cannes, e o DNA do crime é ambientado na fronteira do Brasil. Como vê a importância de retratar esse Brasil mais amplo, fora do eixo Rio-São Paulo? O nosso cinema e o nosso audiovisual sempre buscou retratar o país. Esse é um compromisso que sempre existiu: buscar entender as nossas complexidades, as nossas regiões, o povo, a diversidade e a potência cultural de tudo isso, e acho que ao longo da história fomos muito bem-sucedidos nisso.
Mas a visibilidade aumentou? Acho que sim. Estamos em um momento muito especial, fazendo filmes de excelência. É a produção audiovisual brasileira conquistando territórios nunca imaginados com Ainda Estou Aqui no Oscar, O Agente Secreto, do meu conterrâneo Kleber, que vem fazendo um cinema que se destaca há anos, e retrata aquela região para o mundo. É algo que fazemos também em DNA do Crime, com a história na fronteira. Então, estamos começando a ser mais bem-sucedido em fazer o nosso cinema viajar pelo mundo. Ele sempre viajou, mas hoje as tecnologias estão mais acessíveis, e conseguimos comunicar nossa arte de maneira mais ampla e disputar lugares que a gente talvez não tivesse tanto acesso antes.
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