O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) foi descrito como o “idealizador” do esquema de inteligência paralela que teria sido montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de acordo com o relatório da Polícia Federal que embasa o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório foi tornado público hoje. Segundo o relatório, Carlos era a “figura central na estratégia de comunicação e desinformação” que teria existido durante o governo do pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o relatório, o esquema de inteligência paralela seria comandado pelo então delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem, diretor da Abin entre 2019 e 2022 e atualmente deputado federal pelo PL fluminense. Esse esquema teria fornecido informações de inquéritos policiais para assessores do vereador, que as utilizaram tanto para postagens de desinformação contra o Judiciário e inimigos políticos em redes sociais, quanto para ter acesso a investigações que envolvessem o presidente e seus filhos.
A responsabilização do vereador como “idealizador” do esquema se escora em uma entrevista do advogado Gustavo Bebianno ao programa “Roda Viva”, em 2 de março de 2020, doze dias antes de morrer em casa, de enfarte. Na entrevista, Bebianno disse que em 2019 o vereador queria montar uma estrutura paralela dentro da Abin, formada por um delegado e três agentes.
Bebianno, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência até fevereiro de 2019, não revelou na ocasião quem seriam os integrantes do núcleo e disse ter procurado o então ministro-chefe da secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz. Ouvido no inquérito, Santos Cruz confirmou que Bebianno o procurou para tratar do tema, mas disse que não se lembrava dos nomes citados.
Carlos Bolsonaro era o responsável pela manutenção das redes sociais do pai. Durante o governo Bolsonaro, tinha influência sobre três assessores da Presidência, que formavam o chamado “Gabinete do Ódio”. Essa estrutura difundia desinformação nas redes. A ponte entre esse gabinete e a Abin paralela seria uma assessora direta do vereador, Luciana da Silva Almeida.
Foi encontrado no celular da assessora mensagem para Ramagem, pedindo informações de um inquérito da Polícia Federal sobre o “PR e seus 3 filhos”. Ramagem, na ocasião (9 de outubro de 2022), acabara de ser eleito deputado federal. A assessora diz que “PR” seria referência a “pastor” e não a “presidente”. Não há evidências de que Ramagem atendeu ao pedido da assessora. A alegação de Luciana foi considerada “sem lastro factível” no relatório.
Invasão a sistemas do TSE
Segundo o relatório, Luciana guardava um outro inquérito, que tratava sobre a invasão a sistemas e banco de dados do TSE. Este inquérito foi usado em uma live de Bolsonaro em 4 de agosto de 2021. A assessoria teria recebido um arquivo pdf por WhatsApp 11 dias antes da “live”. O inquérito não esclarece como Luciana teve acesso ao documento.
As investigações apontam que Luciana fez serviços de contabilidade para Carlos Bolsonaro e os integrantes do “Gabinete do Ódio”. Entre os serviços, está a ajuda em uma remessa de US$ 10 mil do vereador aos Estados Unidos, por meio de uma conta do Banco do Brasil, no final de 2022. Segundo Carlos Bolsonaro disse em depoimento, o vereador decidiu dolarizar suas economias porque previa “uma derrocada na economia do país”.
O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) foi descrito como o “idealizador” do esquema de inteligência paralela que teria sido montado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), de acordo com o relatório da Polícia Federal que embasa o inquérito conduzido pelo ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório foi tornado público hoje. Segundo o relatório, Carlos era a “figura central na estratégia de comunicação e desinformação” que teria existido durante o governo do pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o relatório, o esquema de inteligência paralela seria comandado pelo então delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem, diretor da Abin entre 2019 e 2022 e atualmente deputado federal pelo PL fluminense. Esse esquema teria fornecido informações de inquéritos policiais para assessores do vereador, que as utilizaram tanto para postagens de desinformação contra o Judiciário e inimigos políticos em redes sociais, quanto para ter acesso a investigações que envolvessem o presidente e seus filhos.
A responsabilização do vereador como “idealizador” do esquema se escora em uma entrevista do advogado Gustavo Bebianno ao programa “Roda Viva”, em 2 de março de 2020, doze dias antes de morrer em casa, de enfarte. Na entrevista, Bebianno disse que em 2019 o vereador queria montar uma estrutura paralela dentro da Abin, formada por um delegado e três agentes.
Bebianno, que foi ministro da Secretaria-Geral da Presidência até fevereiro de 2019, não revelou na ocasião quem seriam os integrantes do núcleo e disse ter procurado o então ministro-chefe da secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz. Ouvido no inquérito, Santos Cruz confirmou que Bebianno o procurou para tratar do tema, mas disse que não se lembrava dos nomes citados.
Carlos Bolsonaro era o responsável pela manutenção das redes sociais do pai. Durante o governo Bolsonaro, tinha influência sobre três assessores da Presidência, que formavam o chamado “Gabinete do Ódio”. Essa estrutura difundia desinformação nas redes. A ponte entre esse gabinete e a Abin paralela seria uma assessora direta do vereador, Luciana da Silva Almeida.
Foi encontrado no celular da assessora mensagem para Ramagem, pedindo informações de um inquérito da Polícia Federal sobre o “PR e seus 3 filhos”. Ramagem, na ocasião (9 de outubro de 2022), acabara de ser eleito deputado federal. A assessora diz que “PR” seria referência a “pastor” e não a “presidente”. Não há evidências de que Ramagem atendeu ao pedido da assessora. A alegação de Luciana foi considerada “sem lastro factível” no relatório.
Invasão a sistemas do TSE
Segundo o relatório, Luciana guardava um outro inquérito, que tratava sobre a invasão a sistemas e banco de dados do TSE. Este inquérito foi usado em uma live de Bolsonaro em 4 de agosto de 2021. A assessoria teria recebido um arquivo pdf por WhatsApp 11 dias antes da “live”. O inquérito não esclarece como Luciana teve acesso ao documento.
As investigações apontam que Luciana fez serviços de contabilidade para Carlos Bolsonaro e os integrantes do “Gabinete do Ódio”. Entre os serviços, está a ajuda em uma remessa de US$ 10 mil do vereador aos Estados Unidos, por meio de uma conta do Banco do Brasil, no final de 2022. Segundo Carlos Bolsonaro disse em depoimento, o vereador decidiu dolarizar suas economias porque previa “uma derrocada na economia do país”.