Carla Zambelli e Walter Delgatti são réus e devem ser ouvidos por último. Depoimentos são 1ª etapa do processo; só ao fim, o STF dirá se os dois serão condenados ou absolvidos. O hacker Walter Delgatti Neto ao lado da deputada federal Carla Zambelli em foto de julho de 2022
Reprodução/Twitter Carla Zambelli
O Supremo Tribunal Federal (STF) toma nesta segunda-feira (23) seis depoimentos no processo contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti por invasão a sistemas do Poder Judiciário, incluindo do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Zambelli e Delgatti se tornaram réus nesse processo em maio deste ano, em decisão unânime da 1ª Turma.
O blog obteve a lista dos depoentes :
Renan Cesar Silva Goulart, que trabalhou com o irmão de Carla e deputado estadual Bruno Zambelli
Thiago Eliezer Martins dos Santos, que já foi condenado com Delgatti no caso da invasão de celulares de autoridades que ficou conhecido como “Vaza-Jato”;
Jean Hernan Guimarães Vilela, assessor de Carla Zambelli;
Rosfran Lins Borges, servidor do CNJ;
Cristiane de Brum Nunes Marim;
Luan Rocha Brito.
Como réus, Walter Delgatti e Carla Zambelli têm o direito de ser ouvidos por último. Delgatti deve ser interrogado na próxima quinta-feira (26).
Relembre o caso
De acordo com a denúncia, a deputada comandou a invasão a sistemas usados pelo Poder Judiciário, com o objetivo de adulterar informações oficiais.
Delgatti teria operado a ação ilegal a mando da parlamentar, entre agosto de 2022 e janeiro de 2023.
Os dois teriam entrado de forma irregular em seis sistemas do Judiciário por 13 vezes. Além disso, inseriram nas ferramentas 16 documentos falsos, incluindo um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes e ordens para quebra do seu sigilo bancário e bloqueio de bens.
Segundo a PGR, a intenção dos dois era “adulterar dados, tudo no intuito de prejudicar a administração do Judiciário, da Justiça e da credibilidade das instituições e gerar, com isso, vantagens de ordem política para a denunciada”.
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Zambelli nega; Delgatti é réu confesso
Em nota divulgada quando a 1ª Turma recebeu a denúncia da PGR, os advogados de Carla Zambelli disseram que “a deputada não praticou qualquer ilicitude e confia no reconhecimento de sua inocência porque a prova investigação criminal evidenciou que inexistem elementos de que tenham contribuído, anuído e ou tomado ciência dos atos praticados pelo complicado”.
Já a defesa de Walter Delgatti afirma que ele é réu confesso na invasão.
“Walter é réu confesso na invasão do CNJ, portanto não é surpresa a denúncia em seu desfavor. Com relação a denúncia perpetrada a Carla Zambelli, só confirma que Walter falou a verdade”, disseram os advogados quando a PGR levou o caso ao STF.