Perícia da Polícia Civil vai tentar identificar se trata-se de uma vítima do soterramento. Ossos foram encontrados no Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, por operários que ainda trabalham nas obras de recuperação do local. Ossada foi encontrada por operários que trabalhavam nas obras de recuperação do Morro da Oficina, em Petrópolis
Polícia Civil
Uma ossada foi encontrada em uma das áreas mais afetadas pela tragédia de 2022 em Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Operários que ainda trabalham nas obras de recuperação do Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, viram os ossos na tarde desta quinta-feira (7) e acionaram a polícia.
A perícia da Polícia Civil identificou que se tratam mesmo de ossos humanos e investiga se são de alguma vítima que foi soterrada em 22 de fevereiro de 2022.
Oficialmente, no Morro da Oficina, consta como desaparecido apenas Lucas Rufino, de 21 anos. Mas parentes afirmam que, na ocasião, o corpo foi entregue às autoridades pela própria família. Porém, a Polícia Civil concluiu que o corpo não era o do rapaz. Uma amostra de sangue para exame de DNA chegou a ser coletada da bermuda usada pelo tio de Lucas, que disse ter removido o corpo. O exame deu negativo, segundo divulgou a Polícia Civil.
Procurada pelo g1, a irmã de Lucas reafirmou que não é a ossada dele, lembrando que o corpo foi encontrado pela família.
Tio de Lucas Rufino afirma que mancha de sangue na bermuda que usava quando carregou o corpo é do sobrinho
Reprodução Inter TV RJ
Após a tragédia, o pai de Lucas Rufino, Adalto Vieira da Silva, fez uma declaração desesperada. “Meu filho estava perfeito. O delegado perguntou: ‘você tem certeza que seu filho foi tirado inteiro? Porque sobrou um corpo lá amputado’. Nós temos certeza que o Lucas saiu inteiro. Os parentes que tiraram ele de lá”.
“Tinha um fotógrafo tirando as fotos lá de cima. Se não fossem essas fotos, hoje, eu estaria falando sem ter provas. Porque ninguém sabe o que é você chegar, passar quatro dias no IML, o delegado chegar pra você e falar ‘desculpa pai, mas o Lucas não tá aqui. Não veio’. Como que não veio? “, questionou Adalto na época. Veja no vídeo abaixo.
Corpo de vítima não chegou ao IML em tragédia de Petrópolis, diz família
A Polícia Civil vai cruzar material genético de familiares de vítimas da tragédia para tentar fazer a identificação da ossada.
A tragédia de fevereiro de 2022 deixou 235 mortos. Além de Lucas Rufino, também é considerado desaparecido Heitor Carlos dos Santos, de 61 anos, que estava em um dos ônibus que caiu no rio Quitandinha, na Washington Luiz.
A Prefeitura informou que a área foi isolada no Morro da Oficina e as obras ficarão suspensas até que a investigação seja concluída.