Presidente também criticou ‘medidas coercitivas’ que punem as populações mais vulneráveis. Lula discursou na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Lula discursa na 79ª Assembleia Geral da ONU
Angela Weiss/AFP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (24) que é “injustificado” manter Cuba em uma lista unilateral, elaborada pelos Estados Unidos, de países que promovem o terrorismo.
O petista deu as declarações durante discurso na 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Por tradição, o presidente do Brasil é o primeiro chefe de Estado a discursar no evento.
“É injustificado manter Cuba em uma lista unilateral de Estados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis”, afirmou o petista.
Em 2022, os Estados Unidos, país presidido por Joe Biden, recolocou Cuba na lista de países que os norte-americanos consideram que não colaboram completamente na luta contra o terrorismo. A inclusão acentuou a crise entre Cuba e Estados Unidos.
Além disso, os Estados Unidos impõem há mais de 60 anos à Cuba um embargo econômico, que impede a maior parte de relações comerciais entre os países, e não há perspectiva de que seja suspenso.
A entrada em vigor do embargo, em 7 de fevereiro de 1962, foi parte de uma série de medidas tomadas pelos norte-americanos contra o regime cubano no período da Guerra Fria.
Atualmente, Cuba é presidida por Miguel Díaz-Canel, do Partido Comunista de Cuba, um aliado de Lula.
Haiti
Policiais do Quênia chegam ao Haiti para auxiliar no combate à violência das gangues
O petista também defendeu, durante o pronunciamento, um esforço conjunto em prol do Haiti, país que atravessa graves crises política e humanitária.
“No Haiti, é inadiável conjugar ações para restaurar a ordem pública e promover o desenvolvimento”, declarou.
Venezuela
Lula discursa na abertura a Assembleia Geral da ONU
Embora tenha falado de América Latina, Lula não mencionou no discurso a grave crise política na Venezuela.
O petista, que tem se afastado do regime autoritário de Nicolás Maduro, não falou sobre o impasse após as contestadas eleições de julho no país vizinho.
Lula já afirmou, em diversas oportunidades, não reconhecer a vitória de Nicolás Maduro. O Brasil cobra a divulgação de atas que atestem o resultado do pleito.
Apesar de não reconhecer a vitória de Maduro, o petista diz não endossar a ideia de que a oposição venezuelana foi a vencedora do pleito.
Ainda sobre a relação com a Venezuela, Lula tem dito que não vai romper relações ou fazer bloqueio contra Venezuela. Segundo ele, o bloqueio “não prejudica Maduro, prejudica o povo.”