Presidente fez críticas a Trump e afirmou que EUA estão prontos para eleger a 1ª mulher à Casa Branca. Biden discursou na Convenção do Partido Democrata, nesta segunda (19). O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, discursa na Convenção do Partido Democrata
REUTERS/Mike Segar
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez um balanço de governo durante discurso no primeiro dia de Convenção do Partido Democrata, nesta segunda-feira (19). Em tom de despedida, Biden disse que a democracia precisa ser preservada, fez críticas a Donald Trump e elogiou Kamala Harris.
Biden foi ovacionado assim que subiu ao palco, com gritos de “te amamos, Joe”. Emocionado, no início do discurso, o presidente agradeceu o carinho do público e disse que amava os Estados Unidos.
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Em seguida, o presidente perguntou aos eleitores se eles estavam prontos para votar pela liberdade. Ele relembrou o ataque ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e disse que não há lugar para violência política nos Estados Unidos.
“Vocês não podem dizer que amam o país só quando ganham”, disse Biden. “A democracia precisa ser preservada. Vocês me ouviram dizer isso antes, mas estamos em um momento de inflexão.”
Biden afirmou que extremistas e o ódio ganharam voz durante o mandato de Donald Trump. Segundo ele, isso o levou a se candidatar à presidência, em 2020.
Ao longo do discurso, o democrata afirmou que fez um governo para todos os americanos, com foco na garantia da democracia e reconstrução da economia. Ao fazer um balanço da gestão, Biden disse que criou empregos, reduziu desigualdades e controlou a inflação.
Kamala Harris chega à Convenção Democrata a frente de Donald Trump em pesquisa nacional
Críticas a Trump
O presidente dos EUA criticou Trump, afirmando que o ex-presidente não cumpriu promessas de campanha. Biden também ressaltou políticas públicas para saúde e defendeu o direito ao aborto.
“Donald Trump vai conhecer o poder das mulheres em 2024”, afirmou.
Biden ainda acusou o ex-presidente de mentir sobre dados de segurança pública. Na convenção republicana, Trump afirmou que os índices de violência estavam em alta, como resultado da imigração ilegal.
“Os crimes violentos caíram para o nível mais baixo em mais de 50 anos. E a criminalidade continuará diminuindo quando colocarmos uma promotora [Kamala] no Salão Oval, em vez de um criminoso condenado”, disse Biden.
O presidente encerrou o discurso afirmando que cometeu muitos erros durante a carreira, mas que deu o seu melhor pelos Estados Unidos.
“Por 50 anos, como muitos de vocês, dei meu coração e alma a nossa nação e fui abençoado milhões de vezes em troca do apoio das pessoas.”
Passagem de bastão
Joe Biden abraça e beija Kamala Harris após discurso na convenção democrata, em 19 de agosto de 2024
REUTERS/Kevin Lamarque
Antes de Biden subir ao palco, Kamala Harris fez uma aparição surpresa no palco da convenção democrata. Quebrando o protocolo, a candidata deu uma breve declaração e enalteceu o presidente.
“Joe, obrigada por sua liderança histórica”, disse. “Somos eternamente gratos a você.”
Mais tarde, durante o discurso, Biden fez uma série de elogios a Kamala. A todo o momento, o presidente relacionou feitos do governo à atual vice-presidente.
Biden afirmou que os Estados Unidos estão prontos para eleger a primeira mulher presidente da história do país. Ele também tentou mostrar as diferenças entre Kamala e Trump.
“Kamala e Tim [Walz] vão proteger a assistência médica. Trump quer cortar o seguro social e a assistência médica. Kamala e Tim vão proteger a liberdade, vão proteger o seu direito ao voto, os direitos civis”, disse.
Em um dos momentos, o democrata afirmou que Donald Trump se curvou a ditadores, como o presidente russo Vladimir Putin. Biden disse que Kamala nunca vai se curvar a Putin e será respeitada pelos líderes mundiais.
O presidente também prometeu que ele e Kamala conseguiriam um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza para libertar os reféns que estão sob o poder do Hamas.
Nesta segunda-feira, centenas de manifestantes pró-Palestina fizeram um protesto em frente à convenção democrata. Na manifestação, Biden foi chamado de “genocida”.
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O caminho de Biden
Joe Biden durante entrevista coletiva na Cúpula da Otan, em 11 de julho de 2024
REUTERS/Leah Millis
Joe Biden anunciou que iria desistir da candidatura à reeleição no dia 21 de julho. Em um comunicado, o presidente disse que iria apoiar a vice-presidente Kamala Harris nas eleições e focar em concluir o mandato.
A desistência de Biden veio após dias de pressões de membros do Partido Democrata, doadores eleitorais e apoiadores.
A idade avançada do presidente já era um dos motivos que preocupavam os eleitores. Além disso, quando foi eleito em 2020, Biden afirmou que iria fazer um governo de transição e não iria concorrer à reeleição.
No entanto, o presidente decidiu que tentaria um segundo mandato. Ele participou das primárias do Partido Democrata e venceu.
Crise pós-debate
Joe Biden diz que democracia é mais importante que cargo
A crise na campanha de Biden começou após um debate de TV contra Donald Trump no fim de junho. Naquele dia, o presidente demonstrou dificuldades para concluir raciocínios e aparentou estar abatido.
Apoiadores e opositores colocaram em dúvida as capacidades mentais de Biden. O presidente, por outro lado, justificou que estava com uma gripe forte no dia do debate. Ele afirmou ainda que estava bem de saúde.
Entretanto, nos dias seguintes, Biden cometeu uma série de gafes. Em um mesmo dia, trocou os nomes dos rivais Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin, além do de Kamala Harris por Donald Trump.
A imprensa passou a pressionar Biden, e doadores suspenderam o envio de recursos para a campanha. Lideranças do partido tentaram convencer o presidente de que ele não poderia vencer Trump.
Biden cedeu e fez um pronunciamento na TV para justificar a desistência de concorrer à reeleição.
“Eu reverencio este cargo, mas amo mais o meu país.”
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