No relatório, a PF indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Caberá ao Ministério Público decidir se vai denunciar Bolsonaro. Após isso, cabe ao STF decidir se o torna réu. Em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (21), a Polícia Federal apontou a existência de 6 núcleos de golpistas que se articularam para derrubar à força o Estado Democrático de Direito.
Esses núcleos são:
▶️Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral: responsável pela disseminação de mentiras sobre as urnas eletrônicas para descredibilizar o processo eleitoral.
▶️Núcleo Responsável por Incitar Militares: elegia alvos para ampliar os ataques pessoais contra militares em posição de comando que resistiam às investidas golpistas.
▶️Núcleo Jurídico: fazia assessoramento e elaboração de minutas de decretos com argumentos jurídicos e doutrinários que atendessem aos interesses golpistas. Elaborou, por exemplo, minutas de atos inconstitucionais, como a proposta encontrada na casa de Anderson Torres.
▶️Núcleo Operacional de Apoio: executava medidas para manter as manifestações em frente aos quartéis militares que se formaram após o resultado das eleições, incluindo a mobilização, logística e financiamento de militares das forças especiais, os “kids pretos”, em Brasília..
▶️Núcleo de Inteligência Paralela: coletava dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões sobre o golpe de Estado e monitorava o deslocamento e localização do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, do presidente recém-eleito Luiz Inácio Lula da Silva e de seu vice Geraldo Alckmin.
▶️Núcleo Operacional de Medidas Coercitivas: encarregado de anular adversários do golpe, inclusive com uso de violência, com previsão de assassinato ou captura de Lula, Alckmin, do ministro Alexandre de Moraes e de quem mais apoiasse as decisões do Supremo Tribunal Federal contra os interesses do grupo.
No relatório, a PF indicia o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Caberá ao Ministério Público decidir se vai denunciar Bolsonaro. Após isso, cabe ao STF decidir se o torna réu.
Também foram indiciados o general Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; Alexandre Ramagem, chefe da Agência Brasileira de Inteligência no governo Bolsonaro e mais 33 pessoas.
PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno, Ramagem, Valdemar e mais 32 em inquérito sobre tentativa de golpe
Segundo a PF, os investigados se estruturaram a partir de divisão de tarefas para obter o resultado que esperavam, que era o golpe de Estado. As ações golpistas ocorreram após a eleição de 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceu o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A trama golpista pretendia evitar a posse de Lula ou, uma vez empossado, tirá-lo do poder.
“As provas foram obtidas por meio de diversas diligências policiais realizadas ao longo de quase dois anos, com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”, afirmou a PF em nota.