A moeda norte-americana caiu 0,12%, cotada a R$ 5,4365. Já o principal índice de ações da bolsa encerrou em queda de 0,21%, aos 132.730 pontos. Cédulas de dólar
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O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (27), após passar a maior parte do dia oscilando entre altas e baixas. A moeda também encerrou a semana com perdas, após a divulgação de dados econômicos importantes no Brasil e no mundo e em meio às discussões sobre o futuro das taxas de juros.
Nesta sexta-feira, investidores repercutiram a divulgação de novos dados do mercado de trabalho brasileiro, que apontaram um recorde no número de trabalhadores no país.
Já no exterior, alguns indicadores norte-americanos ficaram no radar, com destaque para o PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) para tomar as decisões de juros no país.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
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Dólar
Ao final da sessão, o dólar caiu 0,12%, cotado a R$ 5,4365. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 1,53% na semana;
perda de 3,48% no mês;
avanço de 12,04% no ano.
No dia anterior, a moeda caiu 0,59%, cotada a R$ 5,4432.
Ibovespa
Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,21%, aos 132.730 pontos.
Com o resultado, acumulou:
alta de 1,27% na semana;
recuo de 2,41% no mês; e
queda de 1,08% no ano.
Na véspera, o índice subiu 1,08%, aos 133.010 pontos.
O que está mexendo com os mercados
Para completar a agenda desta semana, marcada pela divulgação de novos indicadores econômicos que podem influenciar na tomada de decisão tanto por parte do Comitê de Política Monetária (Copom) como pelo Fed, investidores passaram a sexta-feira já repercutindo dados de emprego e inflação.
Por aqui, as atenções ficaram voltadas para as informações divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nesta manhã.
Do lado do IBGE, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua mostrou uma taxa de desemprego de 6,6% no trimestre encerrado em agosto. Essa foi a menor taxa para o mês em toda a série histórica da PNAD, iniciada em 2012. O resultado também ficou abaixo do projetado pelo mercado (6,7%).
Além disso, também houve alta de 1,2% na população ocupada, estimada em 102,5 milhões de pessoas — novo recorde da série histórica iniciada em 2012. No ano, o aumento foi de 2,9%, com mais 2,9 milhões de pessoas ocupadas.
Já segundo as informações do MTE, a economia brasileira gerou 232,5 mil empregos formais em agosto deste ano. Ao todo, foram registradas:
2,231 milhões de contratações;
1,998 milhão de demissões.
O resultado representa crescimento de 5,8% em relação a agosto do ano passado, quando foram criados cerca de 219,7 mil empregos com carteira assinada.
Apesar dos bons números de emprego, o resultado preocupa o mercado por conta do controle da inflação.
“Se por um lado o mercado de trabalho aquecido aumenta o número de pessoas ocupadas e puxa para cima a massa salarial, por outro, acaba pressionando os preços de serviços, tornando mais desafiador o controle da inflação”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank.
Nesse cenário, ainda fica no radar o relatório de inflação do segundo trimestre, divulgado pelo Banco Central (BC) na última quinta-feira (26).
Para este ano, o documento revelou um aumento na projeção para a inflação, que passou de 4,0% para 4,3%. A instituição também aumentou a probabilidade de os preços ultrapassarem o teto da meta, de 28% para 36%. A meta inflacionária para este ano é de 3%, podendo oscilar entre 1,50% e 4,50%.
A autarquia ainda elevou suas estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB), de 2,3% para 3,2% e disse que “o ritmo de crescimento da atividade econômica tem sido forte e superado as expectativas”.
A agenda desta semana ainda contou com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), que registrou uma alta de 0,13% em setembro, abaixo das expectativas do mercado, e com a ata da última reunião do Copom.
Cenário externo
Já no exterior, as atenções ficaram voltadas para os novos dados do PCE, indicador de inflação preferido do Fed em suas decisões de política monetária.
Segundo o Departamento do Comércio norte-americano, o índice de preços subiu 0,1% em agosto, após alta de 0,2% em julho. O resultado veio em linha com as estimativas do mercado.
Já os gastos dos consumidores dos EUA aumentaram 0,2% em agosto, sugerindo que a economia manteve parte de seu sólido impulso no terceiro trimestre, enquanto as pressões inflacionárias continuaram a diminuir. Em julho, a alta foi de 0,5%.
O órgão ainda indicou que os gastos do consumidor continuam a ser sustentados por ganhos salariais sólidos, mesmo com a desaceleração considerável do mercado de trabalho.
Segundo o economista da XP Investimentos, Francisco Nobre, os números continuaram a apontar para a continuação do processo de desinflação na maior economia do mundo.
“Os números divulgados de atividade apontam para uma economia que segue um processo de desaceleração e não de deterioração”, afirmou o economista, reforçando que os dados não são consistentes com uma recessão no país.
“Essas leituras mais benignas corroboram com a visão de um processo de desinflação e mostram, ao longo do tempo, uma melhora importante, que deve aumentar a confiança do Banco Central para continuar cortando juros, depois do começo da flexibilização monetária visto em setembro”, completou Novre.
Na semana passada, o Fed cortou sua taxa de juros de referência em 0,50 ponto percentual (p.p.), para a faixa de 4,75% a 5,00%. Essa foi a primeira redução nos custos de empréstimos desde 2020.