Encontro com 15 países acontece em Nova York, e Brasil será representado pelo ex-chanceler Celso Amorim, assessor de Lula. Nos últimos dias, presidente brasileiro e Volodymyr Zelensky trocaram críticas. O assessor especial da presidência, Celso Amorim, durante visita do presidente da Argentina, Alberto Fernández.
Fábio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Representantes dos governos do Brasil e da China apresentam nesta sexta-feira (27) em Nova York (EUA) a um grupo de 15 países, além de três observadores internacionais, uma proposta de acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, informou o Palácio do Planalto.
O representante do Brasil será o diplomata de carreira e ex-chanceler Celso Amorim, assessor do presidente Lula para assuntos internacionais.
Os dois países estão em guerra desde fevereiro de 2022, quando tropas militares russas invadiram o país vizinho.
🔎Por um lado, o presidente russo Vladimir Putin condiciona o fim da guerra à cessão, pela Ucrânia, das áreas invadidas ao longo desse período. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por outro, não aceita essa proposta e exige a saída das tropas russas.
Desde que assumiu a Presidência da República, em 2023, o presidente Lula tem defendido que os dois países cheguem a um acordo. Também tem defendido que uma espécie de “clube da paz”, formado por países aceitos pelas duas partes, medie o acordo.
Zelensky diz duvidar de ‘interesse real’ do Brasil ao querer mediar acordo de paz com a Rú
Nesse período, Lula conversou com Putin e com Zelensky sobre o assunto, mas Rússia e Ucrânia jamais chegaram a um consenso.
Segundo a Presidência da República, devem participar da reunião desta sexta representantes de países como África do Sul, Turquia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
Ainda segundo um integrante do Palácio do Planalto, o objetivo do encontro é “recriar” condições para solução pacifica que leve em conta as duas partes, uma vez que os países já viram no Brasil a condição de mediar o conflito, mas o atual cenário tem oposto Lula e Zelensky.
Críticas na ONU
Ao discursar nesta semana em Nova York na Assembleia Geral da ONU, Zelensky criticou a postura de Brasil e China sobre a guerra.
O presidente ucraniano afirmou, por exemplo, duvidar do “real interesse” dos dois países, acrescentando que os planos até aqui apresentados ignoram os interesses do povo ucraniano e a realidade, garantindo que Putin tenha “espaço político para continuar a guerra” (veja vídeo acima).
“Vocês não aumentarão seus poderes às custas da Ucrânia”, completou Zelensky.
Após a declaração do presidente ucraniano, diplomatas procurados pela GloboNews não quiseram comentar o caso, afirmando que, por se tratar de chefe de Estado, caberia ao próprio presidente Lula responder.
Em uma entrevista coletiva antes de deixar Nova York, no último dia 25, Lula foi indagado por jornalistas sobre o assunto e respondeu que Zelensky tem a obrigação de ser contra a ocupação territorial da Ucrânia pela Rússia, mas que somente a paz vai garantir que o país sobreviva.
“Tem uma tese que é importante: começar a conversar. Eu vou dizer mais: ele, se fosse esperto ,diria que a solução é diplomática, não militar. Isso depende da capacidade de sentar e conversar, ouvir o contrário e tentar chegar a um acordo para que o povo ucraniano tenha sossego na vida, é isso”, completou Lula.
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