O presidente da Brava, Décio Oddone, disse nesta quinta-feira (20) que os resultados do quarto trimestre, divulgados na noite de hoje, já não condizem mais com a realidade da petroleira. A companhia, que nasceu em agosto do ano passado a partir de uma fusão da Enauta com a 3R, reportou receita líquida de R$ 1,949 bilhão no quarto trimestre do ano passado, um recuo de 14,3% em relação a igual período de 2023, antes da junção das empresas.
A Brava teve prejuízo de R$ 1,028 bilhão no quarto trimestre de 2024, ante lucro de R$ 474,7 milhões em igual período de 2023.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da Brava foi de R$ 505,2 milhões, queda de 41% na comparação com o quarto trimestre de 2023.
Oddone reforça que o quarto trimestre foi apenas a segunda divulgação da nova companhia: “Nosso primeiro trimestre de divulgação como Brava foi o terceiro de 2024. Agora, sete meses depois da fusão, já aconteceu tanta coisa que até o quarto trimestre já é uma foto do passado. Não representa o momento atual da companhia”.
Além de paradas nos principais campos, a Brava também teve resultados impactados pela queda de 8,4% no preço médio de venda de óleo, de US$ 75,2 por barril no quarto trimestre de 2023 para US$ 68,9 por barril em igual período de 2024. A variação cambial também afetou os resultados.
Em 2024, a receita líquida da Brava foi de R$ 10,09 bilhões, aumento de 44,1% na comparação com 2023. A petroleira teve prejuízo de R$ 1,132 bilhão no ano, ante lucro de R$ 379,8 milhões em 2023. O Ebitda ajustado da companhia no ano foi de R$ 3,507 bilhões, aumento de 29,5% ante 2023.
Oddone afirma que o primeiro trimestre terá resultados melhores do que os vistos no quarto trimestre de 2024. Conforme o presidente da Brava, a média de produção das companhias em 2024 foi de cerca de 54 mil barris por dia, número que já foi superado em 2025: “Em fevereiro, a nossa produção já superou os 70 mil barris por dia. Isso porque, no fim de 2024, os nossos principais campos estavam fora da operação. Esperamos no fim de abril estar com mais de 80 mil barris por dia”.
O campo de Papa-Terra passava por manutenção no quarto trimestre e voltou a operar no fim de dezembro, afirma Oddone. A retomada do campo de Atlanta, no início de 2025, também contribuiu para a mudança, após a aprovação de licenças pela Agência Nacional de Petróleo (ANP).
A Brava é operadora dos complexos Potiguar, Recôncavo, Peroá, Papa-Terra e Atlanta. Também tem participação não-operada de 35% no Polo Pescada, 45% no Campo de Manati, ambos operados pela Petrobras, e 23% no Parque das Conchas, operado pela Shell.
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