Diplomacia quer ter na mesa múltiplas rotas para evitar surpresas em caso de contratempos durante eventual operação; resgate pelo oceano através do Chipre também não é descartado. Nuvens de fumaça negra encobrem bairro do Líbano durante confrontos entre manifestantes sunitas e xiitas. Desde domingo (21), os embates já deixaram três mortos e vários feridos.
Joseph Eid/AFP
O governo do Brasil começa a definir as possíveis rotas para uma eventual operação de resgate de brasileiros no Líbano.
Em reuniões com chanceleres e representantes diplomáticos de outros países, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discutiu a possibilidade de a ação cruzar a fronteira do Líbano e usar bases aéreas destes países como rota de evacuação.
Conforme revelado pelo blog de Gerson Camarotti, Vieira se reuniu na noite desta quinta-feira (27) em Nova York com o novo chanceler da Síria, Bassam Sabbag.
Além do uso do próprio aeroporto de Beirute, que até o momento continua aberto, o governo brasileiro também mapeia a possibilidade de usar bases aéreas operadas pela Rússia dentro do território da Síria.
Há duas mais próximas da fronteira com o Líbano: em Hmeymim, ao norte do Líbano e em Shayrat, a noroeste do Líbano.
O trabalho se torna maior pelo fato de a diplomacia brasileira ter de costurar acordos com diferentes países. O que, segundo fontes ouvidas pela TV Globo, já está sendo feito.
Cortina de fumaça domina o céu da capital do Líbano após bombardeio de Israel
Não está descartada uma outra opção, tida como mais complexa. A retirada dos brasileiros pelo Chipre. O país faz fronteira marítima a oeste do Líbano. Neste caso, o resgate teria de envolver vias terrestres, marítimas e aéreas.
Mauro Vieira ainda está em Nova York, com reuniões às margens da Assembleia Geral da ONU, e aproveita para debater o assunto com a diplomacia dos países envolvidos.
Segundo um interlocutor do Itamaraty, “Não há plano A. Temos de ter múltiplas opções abertas porque sabemos que, no momento do resgate, qualquer contratempo pode acontecer, e teremos de estar preparados para outras soluções já engatilhadas”.
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