Israel bombardeou capital do Líbano nesta terça em reação a um ataque às Colinas de Golã no fim de semana. Itamaraty diz acompanhar aumento das hostilidades com ‘preocupação’. Escombros são vistos em subúrbio de Beirute após ataque israelense mirando líder do Hezbollah, em 30 de julho de 2024.
Hussein Malla/ AP
O Brasil divulgou nota nesta quarta-feira (31) em que condena o ataque aéreo de Israel a uma área residencial de Beirute, capital do Líbano.
No comunicado, o governo brasileiro também apela a autoridades israelenses e ao Hezbollah para que não realizem novas ações que possam expandir o conflito no Oriente Médio.
Nesta terça (30), militares israelenses bombardearam a capital libanesa em resposta a um ataque às Colinas de Golã – ocupadas por Israel. O atentado matou 12 crianças e adolescentes no último fim de semana.
O alvo do ataque de Israel ao Líbano, segundo as Forças Armadas israelenses (IDF), era Fuad Shukr, comandante do grupo extremista Hezbollah em Beirute. O governo de Israel diz que Shukr morreu no ataque.
Na nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro diz acompanhar com “extrema preocupação” o aumento das hostilidades entre Israel e o braço armado do Hezbollah.
“A continuidade do ciclo de ataques e retaliações leva a espiral de violência e agressões com danos cada vez maiores, sobretudo às populações civis dos dois países”, diz o documento.
“Desse modo, [o Brasil] exorta as autoridades israelenses e o Hezbollah a se absterem de ações que possam vir a expandir o conflito, com consequências imprevisíveis para a estabilidade do Oriente Médio e a segurança internacional”, completa a nota.
No comunicado, o Brasil pede à comunidade internacional que recorra a todos “instrumentos diplomáticos” para conter a escalada do conflito.
A comunidade libanesa no Brasil é numerosa, são cerca de dez milhões de pessoas – entre nascidos no país do Oriente Médio e descendentes. Atualmente, mais de 12 mil brasileiros vivem no Líbano.
Infográfico sobre o Hezbollah
Bárbara Miranda e Kayan Albertin/Arte g1
Morte de líder do Hamas
O episódio em Beirute não foi o único fator gerador de tensão no Oriente Médio nas últimas horas.
Na madrugada desta quarta-feira, o chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em Teerã, no Irã.
Haniyeh era o principal nome do braço político do grupo terrorista e foi assassinado durante uma visita a Teerã para a posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, segundo o próprio Hamas.
Autoridades internacionais, como o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, participaram do evento. Alckmin, inclusive, aparece em vídeo na cerimônia ao lado de Haniyeh, horas antes de ele ser morto.
O Irã acusou Israel pelo assassinato do chefe do Hamas e prometeu “punição severa”. O porta-voz do governo israelense disse que o país não fará “comentários sobre a morte de Haniyeh”.
Israel ataca Beirute, capital do Líbano