Após o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, foi a vez de Diana Mondino dar uma declaração pública reconhecendo Edmundo González como vencedor. Horas depois, o chanceler uruguaio fez o mesmo. Chanceler argentina, Diana Mondino, e chanceler brasileiro, Mauro Vieira
TV Globo/Reprodução
Após o Secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, foi a vez da chanceler da Argentina dar uma declaração pública reconhecendo Edmundo González como vencedor das eleições na Venezuela.
Em post no X, Diana Mondino afirmou:
“Todos podemos confirmar, sem espaço para dúvida, que o legítimo ganhador e presidente eleito é Edmundo González”.
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Omar Paganini, ministro das Relações Exteriores do Uruguai, usou a rede social para fazer o mesmo horas depois.
“Em função das evidências esmagadoras, fica claro para o Uruguai que Edmundo González Urrutia obteve a maioria dos votos nas eleições presidenciais da Venezuela. Esperamos que a vontade do povo venezuelano seja respeitada. ‘A verdade é o caminho da paz'”, escreveu ele no X.
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O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) apontou Nicolás Maduro como vencedor no último domingo (28). A oposição, porém, alega fraude.
González é o candidato da Plataforma Democrática Unitária (PUD), coalização de oposição a Maduro, atual presidente venezuelano e que buscava a reeleição para um terceiro mandato.
“Dada a evidência esmagadora, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano, que Edmundo González Urrutia recebeu a maioria dos votos na eleição presidencial de 28 de julho na Venezuela”, diz comunicado divulgado por Blinken nesta quinta-feira (1º).
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O resultado é contestado pela oposição, liderada por María Corina Machado e por Edmundo González, e pela comunidade internacional. As acusações são de falta de transparência da autoridade eleitoral venezuelana e há pedidos para a publicação dos resultados das urnas.
A PUD afirma que seu candidato recebeu 67% dos votos, contra 30% de Maduro —considerando cerca de 74% das atas das urnas.
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González e Corina Machado estão ameaçados de prisão desde que contestaram o resultado das eleições. Para o governo americano, “as ameaças de Maduro contra líderes da oposição” são antidemocráticas e uma tentativa de se manter no poder.
Em artigo ao jornal americano “The Wall Street Journal”, María Corina Machado disse que está escondida e que teme pela sua vida.
Maria Corina Machado (à esquerda) e Edmundo González (à direita)
Maxwell Briceno/Reuters
Entenda a crise
A Venezuela mergulhou em um impasse político e social após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter declarado o atual presidente, Nicolás Maduro, reeleito na eleição do último domingo, 28 de julho, e a oposição alegar ter havido fraude.
Manifestações eclodiram por todo o país. Pelo menos 12 pessoas haviam morrido até esta quinta-feira, segundo ONGs que atuam no país, e mais de 1.200 foram presas, segundo Maduro.
Diante do impasse, a Suprema Corte da Venezuela convocou os 10 candidatos à presidência –incluindo Maduro e González, a comparecerem nesta sexta-feira (2) para começar a auditoria da eleição.
No entanto, integrantes da Suprema Corte foram indicados por Maduro e são alinhados a ele.
“Admite-se, assume-se e inicia-se o processo de investigação e verificação para certificar os resultados do processo eleitoral”, expressou Caryslia Rodríguez, presidente da Suprema Corte. O CNE, órgão eleitoral, também é dirigido por um aliado de Maduro.